Vice-presidente está em Roma para canonização de Irmã Dulce
O papa Francisco e a Igreja Católica não são inimigos do governo brasileiro. A afirmação foi do vice-presidente, Hamilton Mourão, em entrevista coletiva hoje (11) em Roma, na Itália. O representante do Executivo Federal está na cidade para a cerimônia de canonização da beata baiana Irmã Dulce, marcada para o domingo (13).
Na cidade ocorre também o Sínodo da Amazônia, organizado pelo Vaticano, com o tema "Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”. No evento representações diversas, como de indígenas e organizações da sociedade civil, criticaram a atuação do governo brasileiro no tocante à proteção do meio ambiente.
Mourão disse que não há tensão entre o governo federal e a Igreja Católica na questão ambiental. Mourão disse que vai se reunir com secretários do Papa Francisco e levar as medidas adotadas pelo Executivo, defendendo a atuação da gestão sobre a região.
“A mensagem que quero passar é que a Amazônia brasileira é brasileira. É responsabilidade nossa preservá-la e protegê-la. Não queremos ser colocados como governo da motosserra, exterminador de indígena, não respeita os direitos humanos. É responsabilidade do governo, e mais ninguém, preservar e proteger a Amazônia”, afirmou.
O vice-presidente foi questionado por jornalistas acerca de denúncias de lideranças indígenas sobre a posição do governo de não demarcar mais terras para essas populações. Mourão respondeu reiterando argumentos já apresentados pelo governo federal.
“O Brasil tem 14% do seu território de terra indígena, uma quantidade expressiva. O número de indígenas não é tão grande. O que está demarcado tem que ser protegido. Temos tido dificuldade em razão dos incidentes de queimada, garimpo ilegal. Para depois ver se é o caso de novas demarcações”, assinalou.