Governo afirma que não irá cooperar com investigação contra o presidente Donald Trump, conduzida por democratas na Câmara dos Deputados
A Casa Branca disse nesta quinta-feira (8) que se recusará a cooperar com o inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o que coloca o presidente republicano em rota de colisão com a Câmara dos Deputados liderada pelos democratas.
"Suas ações sem precedentes deixaram o presidente sem escolha", disse o advogado Pat Cipollone, em uma carta aos líderes democratas da Câmara. "Para cumprir seus deveres com o povo americano, a Constituição, o Poder Executivo e todos os futuros ocupantes da Presidência, o presidente Trump e seu governo não podem participar de seu inquérito partidário e inconstitucional sob essas circunstâncias."
A carta veio pouco depois de o governo Trump abruptamente impedir nesta terça-feira uma testemunha-chave no escândalo envolvendo a Ucrânia de prestar depoimento em um inquérito parlamentar de impeachment.
O Departamento de Estado dos EUA anunciou que o embaixador norte-americano na União Europeia, Gordon Sondland, um doador político de Trump, não teria permissão para depor no inquérito, apesar de já ter voado da Europa para isso. Trump atacou a investigação liderada pelos democratas sobre se ele abusou de seu poder em busca de ganhos políticos pessoais, classificando-a de um "circo armado".
Parlamentares democratas denunciaram a proibição e disseram que vão intimar Sondland a depor para obrigá-lo a se submeter às perguntas. O Departamento de Estado não respondeu aos pedidos de comentários sobre os motivos pelos quais Sondland foi impedido de depor aos parlamentares horas antes do horário previsto para ele comparecer perante os deputados.
O inquérito de impeachment está se concentrando nas alegações de um delator segundo as quais Trump usou a ajuda militar dos EUA para obter do presidente da Ucrânia a promessa de investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos principais pré-candidatos para a indicação presidencial democrata para a eleição de 2020, e seu filho, Hunter, que integrou o conselho de uma empresa de gás ucraniana.
Sondland era uma testemunha-chave dos comitês de Relações Exteriores, Inteligência e Supervisão da Câmara, cujos membros provavelmente lhe indagariam por que ele se envolveu em assuntos com a Ucrânia, que não faz parte da UE.