Presidente ponderou que as investigações ainda estão em curso e evitou comentar sobre o envolvimento de outros países
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (8) que há a possibilidade de que o derramamento de óleo em praias do Nordeste tenha sido criminoso. Ele, no entanto, ponderou que as investigações ainda estão em curso e evitou comentar sobre o envolvimento de outros países.
"Não quero gerar um problema com outros países. (...) É um volume que não está sendo constante. Se fosse um navio que tivesse afundado, estaria saindo ainda óleo. Parece que criminosamente algo foi despejado lá", disse Bolsonaro nesta manhã ao deixar o Palácio da Alvorada em direção ao Palácio do Planalto.
O presidente afirmou que não há prazo para o fim das investigações e apontou dificuldades para se chegar a conclusões. "A densidade é um piche, um pouco maior que a densidade da água salgada. Então, não fica na superfície. Ele fica submerso. Esse é outro problema que estamos enfrentando lá", disse.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acompanhou Bolsonaro na saída do Alvorada. Salles afirmou que o fluxo de óleo está em um movimento constante de ser levado para a costa e depois para o mar, o que dificulta o recolhimento do material. "Nosso papel é agir rápido como tem sido feito para retirar o que está em solo, mas também aprofundar a investigação para descobrir a origem", disse Salles.
Na segunda-feira (7), o ministro havia afirmado que mais de 100 toneladas de borra de petróleo já tinham sido recolhidas nas praias do Nordeste - a maior parte (cerca de 58 toneladas) no Estado de Sergipe. Manchas de óleo, ainda de origem desconhecida, já foram identificadas em pelo menos 133 pontos do litoral desde o começo de setembro, em 68 cidades dos nove Estados do Nordeste.
Na rápida fala desta terça, Bolsonaro voltou a demonstrar relação conturbada com a imprensa. Ele encerrou abruptamente a entrevista coletiva ao ser questionado sobre a ação do Ministério Público Federal que apontou um quadro generalizado de tortura em presídios do Pará que passaram a ser controlados por uma força-tarefa autorizada pelo Ministério da Justiça. A informação foi publicada neste terça pelo jornal O Globo.