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MUNDIAL: Reação da Casa Branca pode prejudicar Trump no impeachment




Sem nenhum tipo de estratégia, o governo dos Estados Unidos respondeu ao movimento da oposição democrata com improviso e erros

O pedido de impeachment estava engatilhado na segunda-feira (23), mas a Casa Branca não prestou a atenção devida. Sem nenhum tipo de estratégia, o governo dos Estados Unidos respondeu ao movimento da oposição democrata com improviso e erros que podem acabar prejudicando o 'Assédio presidencial', diz Trump sobre pedido de impeachmentpresidente Donald Trump.


A falta de uma direção clara a ser seguida é a principal característica da resposta da Casa Branca à maior crise política do mandato de Donald Trump. E, sem rumo, Trump está sendo mais Trump do que nunca.


Para Michael Cornfield, professor de Ciências Políticas da Universidade George Washington, o presidente está agindo como Tony Montana, protagonista do clássico "Scarface" (1983). Se embebedou do próprio poder e, seguindo seus instintos mais básicos, busca comprar uma nova briga por dia.



Para Michael Cornfield, professor de Ciências Políticas da Universidade George Washington, o presidente está agindo como Tony Montana, protagonista do clássico "Scarface" (1983). Se embebedou do próprio poder e, seguindo seus instintos mais básicos, busca comprar uma nova briga por dia.


Entenda os pontos-chaves da reação da Casa Branca ao escândalo:


Trump como "o chefe da máfia"

Professor de Política da American University, Chris Edelson afirma que Trump não tem nenhum tipo de estratégia para enfrentar o impeachment.

"Ele é um mafioso que acredita ser o chefe da máfia. É um abusador, autoritário e aposta que os republicanos seguirão o apoiando sem importar o que ocorra", explicou.


Prova disso é a conversa por telefone entre Trump e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, antes do anúncio da abertura do processo de impeachment contra ele. O diálogo acabou sendo vazado à imprensa americana.


"Veja, você acha que podemos fazer algo com esse relatório do denunciante? Poderíamos resolver de alguma forma?", questiona Trump na ligação.

"Sim, você poderia dizer a sua equipe para obedecer a lei", responde Pelosi.


Além disso, ontem, Trump voltou a exibir esse tipo de atitude em uma reunião privada com diplomatas em Nova York. No encontro, ele sugeriu o assassinato do denunciante que informou as autoridades do país sobre o conteúdo da ligação entre o republicano e o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, o que motivou a ação dos democratas.


O denunciante, que seria um agente da CIA, segundo o jornal The New York Times, revelou que Trump pressionou Zelenski a abrir ou dar sequência a uma investigação por corrupção contra o ex-vice-presidente e candidato democrata às eleições de 2020, Joe Biden.


"Quem deu ao denunciante essa informação? Isso é algo parecido a um espião. Sabe o que costumávamos fazer nos velhos tempos, certo? Com os espiões?", insinuou Trump na reunião a porta fechadas, cujo conteúdo também foi vazado à imprensa.


Linguagem de uma distopia

A incoerência dominou muitas das explicações que a Casa Branca deu sobre a polêmica ligação entre Trump e Zelenski.

Para Edelson, especialista em política presidencial, as respostas do governo lembram a "duplipensar" de "1984", clássico da literatura escrito por George Orwell. O "duplipensar" é aceitar simultaneamente como corretas duas crenças contraditórias.

"Só posso compará-las a isso. Trump diz que não fez, mas depois afirma que, caso tenha feito, nada estaria errado. É a linguagem do duplipensar", argumentou o analista.


A fórmula e os ataques aos veículos de imprensa geraram resultados. Só nesta semana, Trump arrecadou US$ 13 milhões para sua campanha à reeleição.

Advogado de Trump se incrimina na televisão


Contra o que diz o bom senso, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, participou de quase todos os programas de debates das principais emissoras de televisão do país. Giuliani tinha como objetivo defender seu papel no escândalo, mas acabou se incriminando ainda mais. E o pior: envolveu outras pessoas na crise.


Na noite de ontem, na Fox, Giuliani leu as mensagens que trocou com diplomatas do alto escalão do governo americano para mostrar que os contatos que teve com a Ucrânia eram de conhecimento do Departamento de Estado. O órgão, porém, quer distância do caso.


Segundo Karen Hult, especialista nas dinâmicas de poder na Ala Oeste da Casa Branca e professora na Universidade de Virgínia Tech, Giuliani assumiu o comando da defesa de Trump na crise porque a Diretoria de Comunicação do governo não conseguiu estruturar uma estratégia de resposta ao impeachment e, atualmente, tem uma relação distante do presidente.


"Não está claro que há uma estratégia coerente", afirmou Hult.

Casa Branca envia por erro orientações de defesa aos democratas

A cereja do bolo ocorreu na quarta-feira. Por erro, a Casa Branca enviou aos congressistas democratas um e-mail no qual tentava orientar os republicanos a como responder às perguntas sobre a polêmica ligação entre Trump e Zelenski.


Na mensagem, intitulada como "O que você precisa saber", a Casa Branca aconselhava os republicanos a utilizar a palavra "mito" para descrever a conversa entre os dois presidentes e pedia para que os democratas fossem responsabilizados por "provocar um frenesi midiático de falsas acusações".


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