Ministro lembra que a política de segurança pública eficiente respeita a vida humana
A morte da menina Agatha Félix na última sexta-feira vítima de uma bala perdida durante ação policial no Complexo do Alemão foi a quinta do ano e o 16º caso de criança atingida por tiro este ano no estado do Rio de Janeiro.
O ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou a política de segurança pública e o elevado número de crianças baleadas.
“Os casos de mortes resultantes de ações policiais nas favelas são alarmantes. Agatha é a quinta criança morta em tiroteios no RJ neste ano. Ao total, 16 foram baleadas no período. Uma política de segurança pública eficiente deve se pautar pelo respeito à dignidade e à vida humana”, publicou em sua conta no Twitter.
Os dados apontados por Mendes são do Fogo Cruzado, órgão que aponta relatórios com todos os casos envolvendo trocas de tiros no Rio. Os dados apontam que desde janeiro houve uma criança de 1 ano, outra de 3, com os outros 12 casos envolvendo crianças entre 8 e 11 anos, além de dois bebês atingidos dentro da barriga da mãe.
Em fevereiro, Jenifer Silene Gomes, de 11 anos, foi morta depois de atingida por uma bala perdida no Jacarezinho, na zona norte do Rio. A mãe da menina acusou os policiais de terem efetuado o disparo.
Em maio, Kauã Vítor Nunes Rozário, também de 11 anos, foi atingido por um tiro de fuzil quando andava de bicicleta na comunidade Vila Moretti, em Bangu. O menino teve morte cerebral depois de passar seis dias em coma.
Outro caso de crianças atingidas foi dos irmãos Letícia Tamirez Ferreira, de 9 anos, e Cristiano Ronaldo Ferreira, de 6.Em junho, ela foi baleada no tórax e ele na mão enquanto estavam a caminho da escola em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O menino Victor Almeida, de 7 anos, morreu no dia 24 de julho depois que homens armados invadiram a casa da família em Marechal Hermes, na zona norte do Rio de Janeiro. O ataque também vitimou a irmã e a mãe do menino, Lindsay, 15, e Luciana, 35.
No dia 29 de agosto, a Lauane Cristina, de 7 anos, foi baleada na perna durante uma troca de tiros na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.
O caso mais recente antes da morte de Agatha Félix foi o de Luiz Márcio Araújo Menezes, de 8 anos, que foi atingido por uma bala perdida no braço enquanto brincava em uma quadra do conjunto habitacional onde morava, em Maricá, na região metropolitana do Rio.