Em entrevista ao 'Estado de São Paulo', Abraham Weintraub afirmou que governo pretende alterar forma como docentes são contratados nas instituições que aderirem ao Future-se
De acordo com uma entrevista publicada nesta segunda-feira, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pretende estimular a contratação de professores universitários e técnicos pelo regime CLT e não mais por meio de concursos públicos. A informação é do jornal "O Estado de São Paulo".
Ao jornal, Weintraub argumentou que é preciso cortar o gasto na folha de pagamento, o que chamou de “bomba-relógio”.
Da forma como ocorre hoje, candidatos aos cargos devem passar por concurso e, após este processo, têm estabilidade no cargo. A proposta de Weintraub valeria para a entrada nas universidades que aderirem ao Future-se , plano do Ministério da Educação ( MEC ) para financiar as universidades públicas que prevê captação de recursos junto à iniciativa privada. A adesão ao programa é facultativa.
Segundo a proposta do governo, no Future-se, os contratos de novos professores e técnicos seriam intermediados por Organizações Sociais (OSs). Weintraub afirmou ao " Estado" que estes profissionais, apesar de serem admitidos por regime de CLT, permaneceriam tendo estabilidade.
Mesmo sem muito detalhamento sobre as novas formas de contratações, a ideia é o servidor ter a permanência atrelada ao desempenho.
'Politicagem, ideologização e balbúrdia'
Ainda na entrevista, o ministro da Educação voltou a criticar aspectos das universidades públicas. Ele afirmou ao jornal que as instituições "são caras e têm muito desperdício com coisas que não têm nada a ver com produção científica e educação". Para ele, "têm a ver com "politicagem, ideologização e balbúrdia".
Segundo Weintraub, "em alguns câmpus por aí", "tem cracolândia". Diante disso, e de uma "situação fiscal difícil", afirmou que "onde tiver balbúrdia vamos pra cima".
Ao responder sobre se os recursos para as bolsas da Capes atendem à demanda, Weintraub disse que a "demanda é infinita", e criticou:. "Todo mundo quer uma bolsinha". O ministro argumentou que o dinheiro vem do "pagador de imposto", e que o país "quebrou e agora temos que respeitar o limite orçamentário".