Nome do ex-presidente é o primeiro termo entre os dez mais citados do Twitter; expressão "foi golpe" figura em sexto lugar
A entrevista que o ex-presidente Michel Temer concedeu ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 16, é o assunto mais comentado no Twitter na manhã desta terça-feira (17). O nome do ex-presidente é o primeiro termo entre os dez mais citados da rede social, enquanto a expressão "foi golpe", fazendo alusão à expressão utilizada pelo próprio ex-presidente para se referir ao impeachment que o levou ao poder em 2016, figura em sexto lugar.
As falas de Temer incomodaram a militância virtual bolsonarista. O youtuber de extrema-direita Bernardo Kuster, que tem quase 300 mil seguidores no Twitter, afirmou que, "no fim das contas, ao afirmar que o impeachment de Dilma foi golpe, Michel Temer apenas provou que sempre foi aliado do PT".
O blogueiro Allan dos Santos, que colocou em circulação nesta segunda-feira um formulário para estabelecer uma "militância bolsonarista organizada" nas redes sociais, relacionou a declaração de Temer ao Movimento Brasil Livre (MBL), que está organizando um congresso no qual o ex-presidente palestrará.
Já a oposição ficou amplamente satisfeita com a entrevista. A candidata à vice-presidente na chapa de Fernando Haddad nas eleições do ano
passado, Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) escreveu que "até o Temer já assumiu que foi golpe, e você?". Adversária histórica do presidente Jair Bolsonaro quando ele era deputado, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) foi na mesma linha e afirmou que "todo mundo sabia que era golpe, e o pior é que o golpe segue...".
Candidato derrotado à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos elogiou o programa. "O Roda Viva parece estar provocando lampejos de sinceridade nos entrevistados. Hoje, Temer, o golpista, admitiu o golpe. A Daniela Lima apresentadora poderia convidar Moro e perguntar para ele se o Lula é preso político", ironizou, mencionando o ministro da Justiça e Segurança Pública.
Alguns internautas lembram, ainda, de um post recente da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), uma das autoras do pedido de impeachment que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff, no qual ela questiona seus seguidores se acham mesmo que Dilma caiu por um problema contábil. O deputado federal Helder Salomão (PT-ES), disse que "depois da Janaína Paschoal, foi a vez de Michel Temer admitir o golpe contra a presidente Dilma Rousseff".