Presidente em exercício diz que decisão será tomada quando Bolsonaro reassumir o cargo. Operação atual expira no dia 24 de setembro; custo por dia é de R$ 1,5 milhão.
O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (13) que o governo pretende renovar, nos próximos dias, a ordem para atuação das Forças Armadas no combate às queimadas e ao desmatamento na Amazônia.
O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em 23 de agosto e vale até 24 de setembro. Já na assinatura do decreto o governo dizia que a operação poderia ser renovada, se necessário, até novembro, quando acaba a temporada de estiagem.
“[A operação militar] Continua, está prevista até 24 de setembro. E a nossa ideia, depois que o presidente voltar, é solicitar a prorrogação dela”, declarou Mourão.
O vice exerce a Presidência da República desde o último domingo (8), quando o presidente Jair Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia em São Paulo. O prazo terminaria nesta sexta (13), mas foi estendido até segunda-feira (16), quando a equipe médica fará uma nova avaliação.
Custo alto
Questionado sobre a alta do número de queimadas no cerrado, em áreas como a Chapada dos Guimarães (MT), Mourão disse que ainda não há uma decisão tomada. O decreto da GLO só vale para a chamada Amazônia Legal, que inclui os sete estados da região Norte, o norte do Mato Grosso e o oeste do Maranhão.
“Vamos ver, se o governo do Mato Grosso precisar. O problema é o custo, né, essa operação não é barata. Ela custa R$ 1,5 milhão por dia, por causa do uso das aeronaves”, disse Mourão.
Nesta sexta, a prefeitura de Chapada dos Guimarães decretou situação de emergência no município, a 65 km de Cuiabá. Segundo o governo local, o gasto com despesas não previstas já supera os R$ 23 milhões.
A prefeitura alega um prejuízo de R$ 23 milhões com despesas não previstas no orçamento e, por isso, teria estourado a capacidade operacional e financeira do município.
Saldo na Amazônia
À tarde, o presidente em exercício se reuniu com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, para conhecer os resultados do combate às queimadas na Amazônia. Segundo Mourão, até agora, as multas aplicadas superam os R$ 25 milhões. Nos cálculos da Defesa, mais de 12 mil metros cúbicos de madeira derrubada ilegalmente foram apreendidos.
“Houve em torno de 350 ataques a focos de queimadas terrestres, mais 350 incursões aéreas, de aeronaves. Então, o resultado é muito bom”, afirmou. Esses números dizem respeito ao sul do Pará e ao sul do Amazonas, as duas áreas consideradas críticas pela Defesa.