Após sete dias de combate aos incêndios em áreas florestais de Rondônia, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, esteve em Porto Velho na sexta-feira (30) e sobrevoou uma das áreas onde a 17ª Brigada de Infantaria de Selva está atuando juntamente com outros órgãos na operação Verde Brasil, e afirmou que a Amazônia não está em chamas. A declaração ocorreu durante entrevista coletiva na Base Aérea.
O ministro disse que as noticiais sobre as queimadas que estão sendo veiculadas no exterior tem outro propósito. “Lógico que nos preocupa a situação das queimadas, e ela não pode evoluir. Nós estamos em uma época de seca, mas os radares mostram outra situação. A tentativa de mostrar que a Amazônia está em chamas, não condiz com a verdade. O que foi medido pelos satélites, pelo levantamento estatístico, e pelos sensores que registraram sobre os pontos de calor não é o que está sendo veiculado. Temos preocupações sim, mas já tivemos muitos mais”, esclareceu Fernando Azevedo e Silva.
Segundo o ministro, objetivo da viagem a Rondônia foi para verificar de perto o planejamento do Estado referente ao combate aos incêndios. “Nós estamos em uma semana de ação e saio daqui feliz com o que pude observar durante o sobrevoo. Estamos indo muito bem com as ações, e as respostas que o governo deu estão sendo rápidas. Estamos realizando um bom trabalho com o apoio do ICMBio, Ibama, Sipam, PF, Força Nacional, PM e Corpo de Bombeiros”, disse o ministro. De acordo com os dados apresentados pelo ministro, somente nos últimos dias, foram debelados 14 focos de incêndios nas áreas onde as forças estão atuando. Um levantamento apresentado pelo ministro, mostrou que a maior serie de queimadas foi registrada em 2007 e 2004.
O ano de 2019 tem uma imprecisão nos dados de pontos de calor, segundo o ministro, já que ele está medindo somente o mês de agosto. “Mas não deve aumentar porque em setembro já começa chover, e começam as nossas ações que já estão sendo efetivas. Nossa preocupação hoje é no norte de Rondônia, onde fica localizado a base 3 do Exército”, diz.
Questionado sobre os números que mostram diminuição de focos de calor na área onde as forças estão atuando, o ministro informou que ainda estão sendo levantados, já que tudo é passado pelas equipes que estão em campo. Ajuda
Sobre a ajuda internacional enviada por outros países para ajudar o Brasil no combate as queimadas, o tenente brigadista Raul Botelho explica que o Centro de Operações Conjuntas das Forças Armadas recebeu as ofertas, e estão delineando qual o tipo de oferta que está sendo oferecido. “Nós fizemos um link entre o nosso Centro de Operações Conjuntas e a Agencia Brasileira de Cooperação vinculada ao Ministério de Relações Exteriores que faz a coordenação com a embaixada dos países ofertantes e identificam através de um questionário quais são as ofertas que estão oferecendo. As ofertas serão demandadas no momento necessário porque nós não podemos aceitar e a oferta ficar ociosos porque tem um custo envolvido”, explicou.
O tenente brigadista de Brasília Raul Botelho disse ainda, que quatro países ofereceram ajuda e foi estabelecido um contato onde estão sendo verificados as ofertas oferecidas. O Chile foi um dos países que ofereceram ajuda de aeronaves com capacidade de 3 mil litros de água cada uma. “Nós vamos aceitar a ajuda, estamos nos tramites legais para o ingresso dos aviões. Estamos identificando aonde essas aeronaves vão ficar, se encaminharemos para Rondônia ou para outra base do Exército. O Equador ofereceu a ajuda com 30 brigadistas, e estamos verificando a demanda. Então, no momento certo nós estamos analisando antes de pedir”, informou.
Os Estados Unidos também ofereceram ajuda de aeronaves cisternas com capacidade maior do que 12 mil litros de água, e aeronaves com capacidade de 70 lugares para o transporte logístico, que também está em fase de negociação.
Na coletiva, o General Lima comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, apresentou um balanço das ações de combate a ilícitos ambientais. De janeiro a agosto de 2019, foram realizadas 153 operações, onde gerou um prejuízo de R$ 90 milhões aos criminosos, referente a valores perdidos por quem comete ilícitos ambientais.
Durante o voo realizado pelo ministro foi constatado que houve uma redução no número de pontos de calor em menos de um dia, segundo o comandante o general Lima comandante da 17ª Brigada de Infantaria de Selva.