Defesa alegou o risco de "constrangimento" do ex-ministro da Fazenda acusado de corrupção
Uma nova decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, suspendendo a decisão do juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que impôs o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, reforçou a impressão geral em Brasília, nos meios políticos e jurídicos, de que está em curso uma investida definitiva para liquidar a Operação Lava Jato.
As decisões que representam derrotas da Lava Jato ganharam força com o processo de desmoralização da força-tarefa de policiais federais e procuradores, através da divulgação de suas supostas conversas em grupo no aplicativo de mensagens Telegram. Essas mensagens, cuja autenticidade não foi atestada por perícia, nem sequer fazem parte de qualquer processo, mas têm sido usadas para desqualificar o trabalho da Lava Jato.
No caso do ex-ministro da Fazenda, investigado por corrupção, a decisão de Gilmar Mendes atende ao pedido da defesa, que alegou o risco de “constrangimento” por ser figura pública, além de “risco de hostilização”. Para o ministro do STF, houve “plausibilidade jurídica” no pedido dos advogados, além da possibilidade de causar “dano de difícil reparação”.
Os acusados de roubar os cofres públicos cresceram tanto que os advogados de Mantega também pediram a suspensão, até que Gilmar Mendes analise o pedido liminar principal, de toda a ação penal em trâmite na Justiça Federal do Paraná.