A sigla estadual alega que o pedido de expulsão do deputado foi analisado às pressas e quer que o caso vá ao Diretório Nacional, órgão máximo da legenda
O PSDB de São Paulo não deu por encerrada a polêmica envolvendo a permanência do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) no partido. O presidente estadual paulista dos tucanos, Marco Vinholi, encaminhou nesta terça-feira à presidência um pedido para que o caso seja analisado pelo Diretório Nacional, órgão máximo da legenda.
No último dia 21, Aécio teve dois pedidos de expulsão formulados pelo partido em São Paulo arquivados por 30 votos a favor e 4 contra na Executiva Nacional. O placar foi a maior derrota partidária sofrida pelo governador João Doria, que continua defendendo a saída de Aécio.
No recurso, o PSDB paulista alega que seu pedido de expulsão do deputado foi analisado às pressas na reunião do partido. O relatório que recomendou o arquivamento do caso Aécio foi do deputado Celso Sabino (PSDB-PA).
"Foi um relatório feito em duas horas. Entendemos que é assunto que deve ser analisado com mais profundidade . Acreditamos muito no nosso recurso e que a maior parte dos filiados tem a mesma crença que a nossa. Por isso apelamos ao diretório nacional", diz Vinholi.
A convocação do Diretório Nacional para reanálise do caso Aécio depende de uma decisão do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. Em viagem ao exterior, ele não foi localizado para se manifestar sobre o recurso de São Paulo.
Aliados de Doria têm expectativa de reverter o resultado por ser o Diretório Nacional um colegiado mais amplo do que a Executiva. Ao todo são 177 delegados mais todos os presidentes estaduais do partido e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, enquanto na Executiva são 35 membros.
A decisão da executiva Nacional de manter Aécio no partido foi uma derrota política para o governador paulista. Desde o início do processo, Doria vinha se manifestando publicamente que o ideal seria Aécio se afastar Logo depois da decisão da executiva, o tucano afirmou que o " PSDB escolheu o lado errado" ao não expulsar Aécio. E chegou a desdenhar a decisão. "Não dependo de 34 votos para ter vida política".
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas , também fazia campanha pela expulsão de Aécio. Em meio ao processo, chegou a declarar: "ou ele ou eu".