O pastor Anderson do Carmo de Souza dispensou o seu carro blindado para sair com a mulher, Flordelis dos Santos, na madrugada em que foi assassinado, e pegou o veículo de um de seus filhos, que não tinha a proteção. A atitude do pai causou estranheza em Daniel dos Santos de Souza, filho que trocou de carro com o pai.
Em depoimento à polícia, Daniel contou que havia saído com a namorada em seu Honda Acord, que não é blindado. Por volta das 23h, recebeu uma ligação de seu pai pedindo que ele voltasse para casa, em Pendotiba, Niterói, e trocasse de carro com ele. Anderson disse ao filho que sairia com Flordelis. Daniel voltou para a casa, por volta de meia noite, com o intuito de fazer a troca. Ele pegou o carro blindado de seu pai, uma Caravan, e deixou o seu veículo com o pastor.
Daniel afirmou à polícia que era comum o pai pedir para fazer a troca de carros, mas isso sempre acontecia com planejamento e nunca naquele horário. Em um de seus depoimentos à polícia, Flordelis afirmou que foi um pedido de Anderson sair no carro de Daniel, que não era blindado.
Ao chegar ao Hospital Niterói D’Or para socorrer Anderson, Flávio dos Santos Rodrgiues, filho biológico de Flordelis que está preso por suspeita da morte do padrasto, frisou que a mãe sempre anda no veículo blindado. “Não sei o que houve, cara. Ela saiu sem carro blindado. Não sei se foi assalto”, afirmou ele no balcão de atendimento do hospital.
Em seu depoimento, Flordelis contou que na madrugada do dia 16 de junho, ela o marido foram até a Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. Após comerem petiscos em um bar, eles pararam o carro num local ermo e ficaram namorando. Em seguida, voltaram para casa, em Pendotiba. Eles chegaram ao local por volta das 3h30.
Flordelis entrou em casa e subiu para o quarto de um dos filhos. Anderson, segundo a deputada ficou na garagem. O pastor foi morto a tiros logo em seguida, ao lado do carro do filho. Ele já estava fora do veículo.
Logo após o crime, Flordelis afirmava que o marido havia sido vítima de criminosos e chegou a afirmar que ele tinha morrido defendendo a família. Em um de seus depoimentos, a deputada narrou ter percebido que ela e o marido estavam sendo perseguidos por um motoqueiro. Mesmo após a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo afirmar não acreditar na versão de que Anderson havia sido vítima de um latrocínio (roubo com resultado morte), Flordelis continuou insistindo na versão.
No Hospital Niterói D’Or, Flávio chegou a falar para um dos médicos que o padrasto havia sido vítima de um assalto. Flávio é réu pela morte do pastor junto com o irmão Lucas Cézar dos Santos, filho adotivo de Flordelis e Anderson.