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PLANTÃO: General Villas Bôas diz que França está ameaçando Brasil até com armas nucleares




Militar fez longa análise no Twitter, Narrativa ecoa visão de Bolsonaro

O ex-comandante do Exército brasileiro e assessor do GSI (Gabinete de Segurança Institucional do Palácio do Planalto), general Eduardo Villas Bôas, afirmou nessa 5ª feira (22.ago.2019) que a convocação de reunião da cúpula do G7 para discutir desmatamento e queimadas na Amazônia, feita pelo presidente francês Emmanuel Macron, é uma ameaça à “soberania nacional” brasileira. Villas Bôas também disse que Macron usa produtos nucleares para ameaçar o país.



Por meio de sua conta do Twitter, o general defendeu que a França não tem“autoridade moral” para tratar de temas a respeito do Brasil. E exemplifica por testes nucleares feitos pelo país no último século.


“Trata-se da mesma França que de 1966 até 1996, a despeito dos reclamos mundiais, realizou 193 testes nucleares […] a índices de radiação 500 vezes maiores que o máximo recomendado por agências internacionais”, afirmou.


E enfatiza que armas nucleares são uma forma de ameaça de Macron: “Os desabitados atóis de Mururoa e Fangataufa esconderem, até hoje, 3.200 toneladas de material radioativo de diferentes tipos, produtos das explosões nucleares do exército francês, o mesmo que Macron usa para nos ameaçar”.


Villas Bôas ainda questionou a falta de aplicação do pensamento iluminista –movimento do século 18 que nasceu na França e representou ideias de liberdade política e econômica– em relação a outros países. E enfatiza que “a questão ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais”. Eis as mensagens publicadas pelo general (leia a íntegra, como texto, ao final desta reportagem).



SOBRE O GENERAL

Com carreira militar iniciada em 1951, Villas Boas foi comandante do Exército de 2015 a 2018. Atualmente é assessor do Gabinete de Segurança Institucional do Planalto, e 1 dos militares mais respeitados dentro das Forças Armadas.


A análise feita por ele chega em 1 período de críticas internacionais de outros países sobre a atuação do governo Bolsonaro em relação à Amazônia. Nesse ponto, defende que as forças militares devem ter uma resposta dura a opiniões externas.


Não é a 1ª vez em que uma ação do tipo é coordenada pelo general. No ano passado, enquanto ainda era comandante, ele deu declarações que sugeriam uma reação militar contra o STF (Supremo Tribunal Federal), caso os ministros concedessem habeas corpus ao ex-presidente Lula. Na época, ele afirmou ter “repúdio à impunidade”, e que o Exército compartilhava “o anseio de todos os cidadãos de bem”. As mensagens receberam tanto apoio quanto repúdio.


MENSAGEM VEICULADA

A seguir, a análise de General Villas Boas publicada por ele em sua conta do Twitter em 22.ago.2019, às 19h:


Com uma clareza dificilmente vista, estamos assistindo a mais um país europeu, dessa vez a França, por intermédio do seu presidente Macron, realizar ataques diretos à soberania brasileira, que inclui, objetivamente, ameaças de emprego do poder militar.


Segundo ele o tema será discutido na próxima reunião do G7 dentro de 2 dias. A questão que se coloca é de onde viria autoridade moral daquele país que, como disse Ho Chi Minh, é a patria do Iluminismo, mas quando viaja se esquece de levá-lo consigo.


Trata-se da mesma França que de 1966 até 1996, a despeito dos reclamos mundiais, realizou 193 testes nucleares na Polinésia Francesa, expondo o Taiti, ilha mais povoada da região, a índices de radiação 500 vezes maiores que o máximo recomendado por agências internacionais.


Segundo uma reportagem do UOL Notícias, datada de 11/03/2015, uma equipe de médicos franceses calculou, no ano de 2006, que os casos de câncer aumentaram nas ilhas da região por conta daqueles testes nucleares que atingiram os próprios cidadãos franceses.


Os desabitados atóis de Mururoa e Fangataufa escondem, até hoje, 3.200 toneladas de material radioativo de diferentes tipos, produto das explosões nucleares do exército francês, o mesmo que Macron usa para nos ameaçar.


A questão ultrapassa os limites do aceitável na dinâmica das relações internacionais. É hora do Brasil e dos brasileiros se posicionarem firmemente diante dessas ameaças, pois é o nosso futuro, como nação, que está em jogo.


Vamos nos unir em torno daqueles que têm procurado trazer à luz a verdade sobre essas questões ambientais e indigenistas.


Me refiro ao Ministro Ricardo Sales, Aldo Rebelo, Evaristo de Miranda, Luiz Carlos Molion, Lourenço Carrasco, Denis Rosenfield, Professor Francisco Carlos, General Rocha Paiva, General Alberto Cardoso e o General Heleno.

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