Porta-voz da força diz que procedimentos para embarque do sargento são alvo de inquérito. “Não vamos admitir criminosos entre nós”, diz ministro da Defesa
O Governo brasileiro não informou se o militar preso em Sevilha, na Espanha, traficando 39 kg de cocaína passou por qualquer procedimento de fiscalização no Brasil antes de embarcar na aeronave reserva da comitiva do presidente Jair Bolsonaro que tinha como destino final a cidade de Osaka, no Japão, onde ocorre a reunião do G20.
Alegando sigilo da investigação, um porta-voz da Aeronáutica disse que o fato está sendo apurado. Além de responder às autoridades espanholas, o sargento Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, agora é oficialmente investigado em um inquérito policial militar que tem até 60 dias para ser concluído. A apuração é tocada pela própria Aeronáutica.
Segundo o porta-voz da corporação, o major Daniel Rodrigues Oliveira, a praxe é que todos os tripulantes e passageiros das aeronaves da Força Aérea Brasileira tenham suas bagagens vistoriadas. No caso em si, ele disse que não poderia informar se isso ocorreu com os ocupantes dessa aeronave.
Conforme declarou o ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo Silva, o sargento Rodrigues responderá pelo tráfico internacional de drogas tanto na Espanha como no Brasil. Em uma breve declaração na qual não respondeu a questionamentos, o ministro afirmou que a conduta do sargento foi inadmissível e um fato isolado entre as forças militares. “Ressalto que não vamos admitir criminosos entre nós. Neste caso houve a quebra da confiança. A confiança é própria da cultura militar e nos é tão cara”. Diante do caso, a Aeronáutica informou que montou um grupo de trabalho para estudar medidas para reforçar os procedimentos de segurança em seus voos.