São convidados para audiências, Ministro está em viagem nos EUA
O jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept, deve ir à Câmara dos Deputados nesta semana falar sobre a Vaza Jato. Também está prevista a participação do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), mas ele não deve comparecer.
Ambos estão convidados a prestar esclarecimentos sobre os vazamentos de conversas atribuídas a Moro, nas quais o ex-juiz federal aparece direcionandoações do coordenador da operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol.
Moro, no entanto, está em viagem nos Estados Unidos desde sábado (22.jun.2019). Sua assessoria não confirmou que ele não irá à Câmara, mas disse que só retornará ao Brasil na 4ª feira (26.jun), data em que estava prevista a participação. O ministro já esteve voluntariamente no Senado na semana passada, quando disse que, se forem encontradas irregularidades em seu comportamento enquanto juiz da Lava Jato, deixará o cargo no governo.
Na 3ª feira (25.jun), está marcada a participação de Greenwald em reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, às 15h. A audiência será transmitida pelo Facebook e YouTube da comissão e canais da TV Câmara.
O convite foi feito pelos deputados Camilo Capiberibe (PSB-AP), Carlos Veras (PT-PE), Márcio Jerry (PC do B-MA) e Túlio Gadelha (PDT-PE). No requerimento (íntegra), afirmam que “os direitos dos cidadãos objeto da Operação Lava-Jato, particularmente do cidadão Luiz Inácio Lula da Silva, foram violados sistematicamente” e que as reportagens publicadas por Greenwald “jogam dúvidas contundentes sobre a imparcialidade na atuação do Juiz Sérgio Moro”.
Já Moro iria à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara na 4ª feira. O ministro foi convidado também para participar de reunião conjunta entre a comissão de Direitos Humanos e Minorias e a comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. A audiência também consta na pauta de 4ª feira.
Nos requerimentos, apresentados por Rogério Correia (PT-MG) (íntegra) e Marcio Jerry (PCdoB-MA) (íntegra), os deputados dizem que Moro “foi muito além do papel que lhe cabia quando julgou casos da Lava Jato” e que “os fatos revelados são de enorme e inédita gravidade na história do Judiciário e do Ministério Público”.
DALLAGNOL
Na 3ª feira (18.jun), a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado também aprovou 1 convite para que Dallagnol compareça ao colegiado para explicar a troca de mensagens entre procuradores e Moro.