Presidente sempre sustentou a hipótese de que o mandante da facada estaria por trás do pagamento dos honorários do advogado
Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral no ano passado, foi considerado inimputável por sofrer de transtorno delirante persistente, conforme laudos médicos da defesa do agressor e de peritos escolhidos pela acusação.
Por conta disso, o juiz federal Bruno Souza Savino, da 3ª Vara Federal em Juiz de Fora, absolveu Adélio e ele ficará internado por tempo indeterminado.
Se não fosse considerado inimputável, a pena do agressor do agora presidente poderia chegar a até 20 anos. A doença mental de Adélio já havia sido atestada por médicos e peritos no último dia 27 de maio.
Bolsonaro não gostou da absolvição. O presidente sugeriu que a “jogadinha de maluco” do autor da facada que quase o matou é uma estratégia para que, no futuro, ele não possa fazer delação premiada.
No mesmo dia que deu essa declaração, Bolsonaro questionou a defesa de Adélio. “Ele foi filiado ao PSOL em 2014. Mais ainda tem uma banca de advogados caros que trabalha para ele até hoje. Dinheiro da onde? Tem muita coisa nebulosa. Se deus quiser, a Polícia Federal nossa vai descobrir essa grande rede que tentou interferir nas eleições do ano passado, tentando me assassinar”, finalizou.
E a PF descobriu. De acordo com o colunista Lauro Jardim, a investigação acerca de Zanone Júnior , o advogado de Adélio, chegou a uma conclusão: ninguém pagou pela defesa. O advogado resolveu assumir o caso de graça e inventou uma história.
Jair Bolsonaro sempre sustentou a hipótese de que o mandante da facada estaria por trás do pagamento dos honorários do advogado. Zanone, por sua vez, havia dito que o dinheiro para defender Adélio lhe foi dado por “um religioso de Montes Claros (MG)”, que não queria aparecer.
O fato é que a defesa está agindo de graça. A motivação do advogado foi a mesma que o levou a defender gratuitamente Bola, o ex-policial que se envolveu no caso do goleiro Bruno. Ainda segundo o colunista, Zanone queria faturar com os holofotes de um caso supermidiático com o de Adélio.