Audiência está marcada para as 9h30
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ouvirá nesta 4ª feira (19.jun.2019) o ex-ministro Antonio Palocci, que chefiou a pasta da Fazenda durante o governo do ex-presidente Lula.
A CPI investiga supostas irregularidades cometidas pelo BNDES no período de janeiro de 2003 a 2015.
Palocci deverá prestar esclarecimentos sobre fatos relacionados a contratos internacionais assinados durante a gestão dele na Fazenda, de 2003 a 2006.
A reunião será fechada ao público e à imprensa. Será realizada no plenário 7, às 9h30.
Palocci foi condenado a 9 anos e 10 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na 2ª Instância. Ele teria participado de esquema de corrupção no qual teria beneficiado a empreiteira Odebrecht em contratos com a Petrobras para a construção de embarcações.
O ex-ministro fechou delação premiada na operação Lava Jato, que foi homologada pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) em 22 de junho de 2018. A delação foi anexada em 17 de janeiro de 2019 ao inquérito sobre a Usina de Belo Monte, que tramita em sigilo.
O teor da colaboração dele ainda está sob sigilo no Supremo. Uma parte do depoimento, na qual Palocci disse ter entregue dinheiro em espécie de propina paga pela Odebrecht ao ex-presidente Lula, foi revelada pela Justiça Federal de Curitiba em janeiro deste ano.
Palocci, Lula, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (2005-2011) e o empresário Marcelo Odebrecht são réus ainda em processo no qual o MPF afirma que a Odebrecht solicitou interferência política para elevar para R$ 1 bilhão 1 empréstimo concedido a Angola pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em troca, teriam recebido propina de US$ 40 milhões (correspondente a R$ 64 milhões).
Já em outra denúncia, que também aponta irregularidades no BNDES, Palocci é acusado ao lado do ex-ministro Guido Mantega e do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro.
SILÊNCIO EM CPI
Em 29 de maio, Palocci também foi à CPI para depoimento em sala reservada. Ele ficou em silêncio após autorização do ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Preso em 26 de setembro de 2016, durante a 35ª fase da operação Lava Jato, batizada de Omertà, em decorrência da delação, o ex-ministro conseguiu obter o direito à prisão em regime domiciliar em 29 de novembro de 2018.
LEVY NA CPI DO BNDES
Em 26 de junho será a vez do ex-presidente do BNDES Joaquim Levy falar à CPI. Como a solicitação foi aprovada quando Levy ainda era presidente do banco, ele terá de comparecer à comissão. A sabatina está marcada para as 14h30.