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POLÊMICA: Câmara estudará proteção a deputada que acusa ministro do Turismo de ameaçá-la de morte

Alê Silva, do PSL-MG, que diz ter recebido ameaças de morte de Marcelo Álvaro Antônio, após denunciar um esquema de candidaturas de laranjas

A Procuradoria e a Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados farão uma reunião nesta semana para estudar medidas de proteção à deputada Alê Silva (PSL-MG), que diz ter recebido ameaças de morte de Marcelo Álvaro Antônio, após denunciar um esquema de candidaturas de laranjas comandado em Minas Gerais pelo ministro do Turismo.

O caso, que envolve o uso de laranjas pelo PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, foi revelado pela Folha de S.Paulo em fevereiro. O episódio é investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público em Minas Gerais e em Pernambuco. A denúncia levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que comandou o partido nacionalmente em 2018.

Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada neste sábado (13), Alê Silva afirmou ter recebido a informação de que o ministro do Turismo a ameaçou de morte em uma reunião com correligionários, no fim de março, em Belo Horizonte. Álvaro Antônio nega e acusa a deputada de fazer campanha difamatória contra ele em busca de espaço no partido no estado.

Para a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), líder da minoria na Câmara, a denúncia de Alê Silva é grave e a Casa precisa adotar medidas para protegê-la. "Acho que qualquer denúncia contra uma mulher e, particularmente, uma parlamentar assume uma gravidade enorme, porque ela é uma representante política", afirmou.

"Obviamente, todos têm direito ao contraditório. Mas se ela faz uma denúncia aguda...e não é a primeira vez que essa questão de candidatos laranjas vêm à pauta, e nenhuma medida do governo foi tomada em relação ao ministro", criticou.

Na reunião, Alê Silva será ouvida e os órgãos pedirão às estruturas de governo e de segurança pública cuidados que podem ser tomados em relação à parlamentar. "A atitude em relação ao ministro é uma questão do governo, mas, em relação a ela, as estruturas de segurança devem tomar providência. E esse deve ser um pedido formal não dela, mas da Casa, porque ela faz parte do Parlamento brasileiro."

Até o momento, quatro candidatas do PSL de Minas afirmaram aos investigadores terem sido usadas ou recebido propostas para serem laranjas do partido comandado na época por Álvaro Antônio. Outras quatro são investigadas sob suspeita de participação (incluindo Debora Gomes, que nega ter sido laranja, e Milla Fernandes, que não quis se manifestar).

A Polícia Federal, que deve tomar novos depoimentos, vê elementos de participação de Álvaro Antônio na fraude.

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