Decisão de Alexandre de Moraes de tirar reportagem do ar reacende pressão no Congresso por instalação de comissão
A determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de retirar do ar reportagem que cita o presidente da Corte, Dias Toffoli, pode reacender no Congresso iniciativas para a criação da CPI da Lava Toga. Senadores avaliam fazer um terceiro requerimento pela instalação da comissão, que pretende apurar "ativismo judicial" em tribunais superiores.
O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) disse que pode fazer um novo pedido se conseguir apoio de colegas - são necessárias, no mínimo, 27 assinaturas. "Nada impede que a gente apresente um novo requerimento. A gente percebe que a busca pela impunidade está gerando situações absurdas", afirmou Vieira, ao citar a decisão de Moraes.
Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado barrou a segunda tentativa de criação da CPI. A estratégia de Vieira agora é solicitar ao plenário que avalie o pedido rejeitado na comissão, o que depende do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
No sábado, no entanto, Alcolumbre deixou claro que não pretende instalar a CPI. "A maioria dos senadores entende que não é bom para o Brasil uma briga institucional." Vieira respondeu: "Ele não tem autonomia para esse tipo de escolha de pauta".
Nesta segunda-feira, 15, também houve reações no plenário. "Que argumento é esse usado por parte do Senado contra a CPI?", disse o líder do PSB, Jorge Kajuru (GO). "Os ministros do Supremo estão se esmerando em criar um escândalo a cada semana e isso aumenta a demanda da sociedade por uma atuação do Senado", afirmou Vieira.