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MANCHETE: PF mira empresa de energia sob suspeita de desvio de dinheiro



Ao todo, são 26 mandados de busca e apreensão expedidos 2ª Vara Criminal de São Paulo. Receita Federal e Ministério Público apoiam ação


A PF (Polícia Federal) de São Paulo deflagrou, na manhã desta quinta-feira (11), a operação "E O Vento Levou", quarta fase da Operação Descarte, com o objetivo de apurar desvio de dinheiro da empresa mineira CEMIG. Ao todo, são 26 mandados de busca e apreensão.


A análise do material apreendido na primeira fase da Operação Descarte, realizada em 1º de março de 2018, em conjunto com a realização de novas diligências, identificou que a organização criminosa objeto daquela fase, especialista em arquitetar sofisticados esquemas para sonegação tributária, crimes financeiros e lavagem de dinheiro, atuou também em uma operação fraudulenta envolvendo sociedade de economia mista do setor elétrico e empresas do setor eólico.


Segundo a PF, há a suspeita de desvio de dinheiro da companhia por meio do aporte de R$ 850 milhões de reais na empresa Renova Energia SA, com repasse de parte deste recurso por meio do superfaturamento de um contrato com a empresa Casa dos Ventos e escoamento dos valores através de sua transferência a várias empresas. Em seguida, o dinheiro foi convertido em espécie e distribuído a diversas pessoas


O escritório da organização de lavagem de dinheiro, objeto da primeira fase da Descarte, foi uma das peças utilizadas no complexo esquema de lavagem de dinheiro arquitetado para acobertar o real propósito dessa operação. Os recursos financeiros chegaram a passar por cinco "camadas" de diferentes pessoas físicas e jurídicas, antes de chegar aos seus beneficiários finais, segundo a Receita.


A PF apura, também, a participação de executivos e acionistas da Andrade Gutierrez, da CEMIG, da Renova e da Casa dos Ventos na fraude, além dos operadores financeiros e outras empresas usadas para escoar o dinheiro desviado.


Foram expedidos, pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, 26 mandados de busca e apreensão para os endereços das pessoas e empresas envolvidas com os fatos investigados. São eles: 10 em São Paulo (SP), dois no Rio de Janeiro (RJ), nove em Belo Horizonte (MG), um em Taubaté (SP), dois em Nova Lima (MG) e dois em Mogi das Cruzes (SP). A ação conta com o apoio da Receita Federal e do Ministério Público Federal.


Aos investigados poderão ser imputados, na medida de sua participação nos fatos, os crimes de associação criminosa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, e falsidade ideológica — cujas penas, somadas, poderão resultar em 9 a 38 anos de prisão.


O nome da fase da operação remete à área de atuação da empresa e ao esquema de lavagem de dinheiro para escoamento dos valores desviados do seu caixa.

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