A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 23,9% no trimestre até novembro de 2018 para 24,6% no trimestre até fevereiro deste ano. Isso significa que faltou trabalho para 27,929 milhões de pessoas no País no trimestre encerrado em fevereiro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse contingente de pessoas subutilizadas é recorde na série da Pnad Contínua, iniciada em 2012. Para Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o fato de o mercado de trabalho ter “quase 30 milhões” de pessoas subutilizadas é pior do que haver 13 milhões de desempregados.
“Estamos nos aproximando de ter 30 milhões de pessoas subutilizadas, com quase 5 milhões de desalentados. Estamos perdendo o bônus demográfico”, afirmou Azeredo.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até fevereiro de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho estava mais baixa, em 24,2%.
Desalento
O Brasil tinha 4,855 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro, segundo os dados do IBGE.
O contingente manteve o nível recorde da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
Em um ano, 275 mil pessoas a mais caíram no desalento. Em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2018, o resultado significa 150 mil desalentados a mais.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.