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GRAVE: Vizinho de Temer é suspeito de ser 'caixa-forte da propina' recebida por ex-president




Investigadores da Lava Jato no Rio de Janeiro aprofundam a apuração contra o empresário que morava no mesmo bairro de Michel Temer. De Natale também teria indicado o presidente da Eletronuclear para o cargo.



A Força-tareda da Lava Jato no Rio de Janeiro investiga se o empresário Vanderlei de Natale tinha uma função ainda maior na organização criminosa que teria, segundo os investigadores, Michel Temer como chefe.


Mais do que intermediar negócios em favor do ex-presidente, o Jornal Nacional apurou que investigadores suspeitam que Vanderlei de Natale guardava dinheiro para Temer. Uma espécie de caixa forte do ex-presidente da República.


O Ministério Público Federal suspeita que a atuação de Vanderlei de Natale na organização criminosa se mostrou estável durante anos e que tinha influência política na estrutura de governo.


Os investigadores dizem que isso ficou evidente na nomeação de Othon Luiz Pereira da Silva para presidência da Eletronuclear. Othon ficou no cargo por dez anos, entre 2005 e 2015.


O almirante Othon, como o ex-presidente da Eletronuclear é conhecido, responde a processo na Justiça Federal. Ele voltou a ser preso na operação da Lava Jato nesta quinta-feira.


A Lava Jato analisou ainda emails em que Vanderlei é identificado como vizinho, segundo os investigadores, porque mora no mesmo bairro do ex-presidente.

Os investigadores afirmam que Vanderlei cobrava de Othon atenção aos pedidos do coronel João Baptista Lima Filho, apontado como operador de Michel Temer.

A investigação aponta que Vanderlei criou a oportunidade da Argeplan, empresa do coronel Lima, de participar de um consórcio que ganhou uma licitação de R$ 163 milhões nas obras da usina nuclear Angra 3.


Amizade com coronel Lima

Vanderlei aparece em fotos obtidas pela reportagem ao lado do amigo do ex-presidente, o coronel João Baptista Lima Filho. De Natale chegou a emprestar o helicóptero para Michel Temer fazer uma viagem no interior de São Paulo em 2014.


A Força-tarefa da Lava Jato suspeita que a intimidade entre De Natale e o ex-presidente foi sacramentada nos negócios.


Vanderlei De Natale é dono da Construbase.

A empresa, segundo o Ministério Público Federal, transferiu entre 2010 e 2015, R$ 17,7 milhões para PDA Projeto do coronel Lima em benefícios que foram repassados a Michel Temer.


Foram 58 operações feitas com o uso de notas fiscais frias, propostas de prestação de serviço inexistente e contratos não cumpridos.

A Construbase já foi investigada pela Lava Jato. Ela fazia parte de um consórcio suspeito de pagar R$ 39 milhões em propina para ter contratos da Petrobras entre 2007 e 2012.


Em 2017, Lúcio Funaro, operador financeiro do ex-deputado federal Eduardo Cunha e do MDB, contou em delação premiada que Temer tem uma relação muito próxima com a Construbase.


Tanto que nos anos de 2003 e 2004, Michel Temer solicitou que o deputado Eduardo Cunha recebesse Vanderlei para que Cunha conseguisse que a Cedae, a companhia de água do Rio de Janeiro, liberasse o pagamento de uma fatura em aberto com a Construbase.


Na época, Eduardo Cunha tinha influência sobre a Cedae.


Nesta quinta-feira (21), a polícia apreendeu um bilhete na casa de Michel Temer. Era o desejo de feliz aniversário de Vanderlei e a mulher ao aniversário do filho do ex-presidente.


De Natale está preso em Bangu 8, na Zona Oeste do Rio. Em liberdade, procuradores da República acreditam que o empresário poderia destruir provas, se comunicar com outros investigados e tentar esconder patrimônio da Justiça.


egundo Fernando José da Costa, advogado de Vanderlei de Natale a Construbase "jamais prestou serviços ou recebeu valor da Eletronuclear".





Mensagem de aniversário a Michelzinho, filho do ex-presidente Temer, enviada pelo empresário Vanderlei de Natale — Foto: Reprodução

"De 2010 a 2015 contratou serviços da empresa do Lima e está pronta para comprovar tal serviço quando intimada para tanto. A questão é que o Supremo determinou que tais fatos fossem apurados em São Paulo, decisão que não foi respeitada pelo juiz de 1a instância do Rio, que sem qualquer embasamento jurídico decretou prisões preventivas que certamente serão revogadas. O lavar dinheiro exige que ele seja obtido ilicitamente. A Construbase pagou a empresa do Lima por um serviço prestado, ela não recebeu. Portanto é impossível falar em lavagem de quem “colocou” dinheiro na empresa do Lima", explicou.

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