Os advogados Modesto Carvalhosa e Luís Carlos Crema e o desembargador paulista Laercio Laurelli apontam 32 casos em que, segundo eles, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cometeu crime de responsabilidade ou quebra de decoro. Os episódios constam do pedido de impeachment entregue por Carvalhosa nesta quinta-feira (14) ao Senado.
"Está claro que a sociedade, por unanimidade, não admite a presença dessa figura no Supremo. Ele é o inimigo público número um do Brasil. Mancha profundamente as instituições brasileiras", afirma o professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP).
Ele argumenta que Gilmar deveria ter se afastado de casos defendidos pelo escritório do qual sua mulher é sócia e ter se eximido de proferir atos judiciais favoráveis a pessoas próximas e exercer atividades “político-partidárias”.
Caberá ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), aceitar ou não que o pedido seja analisado pela Casa. Ele pode arquivar sumariamente o requerimento ou abrir uma comissão especial para examinar se o documento deve ser levado ou não ao plenário.
O advogado se reuniu com o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), do PSL, Major Olimpio (SP), e os senadores Alvaro Dias (Podemos-PR) e Lasier Martins (PSD-RS), além do deputado Luiz Flávio Gomes (PSB-SP), ex-juiz crítico contumaz de Gilmar.
Procurado pelo Congresso em Foco, o ministro do Supremo diz que não comentará o pedido de impeachment nem as acusações feitas pelos juristas.