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NOVIDADE: Presos por assassinato de Marielle se reuniram em bar depois do crime, diz polícia



Informação foi descoberta por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) e por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)


O sargento aposentado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz — presos na última terça-feira pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes — se reuniram no restaurante Resenha Bar e Grill, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, após o crime. A informação foi descoberta por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) e por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP do Rio a partir da análise das antenas de telefones que captaram o sinal dos celulares dos acusados na noite dos assassinatos. A partir das 22h30 — portanto cerca de 1 hora e 20 minutos depois do crime —, os aparelhos dos dois suspeitos são captados pela antena da região do bar, que a polícia descobriu ser um ponto de encontro frequente da dupla.


De acordo com o relatório do inquérito, elaborado pelo delegado Giniton Lages, Élcio e Ronnie só saíram do local por volta das 3h30 do dia seguinte. O celular de Élcio, apontado como o motorista do carro que levou o atirador até o local do crime, permanece na mesma antena até 3h58. Já o carro de Ronnie, acusado de ter disparado os tiros que mataram as vítimas, é filmado por uma câmera da prefeitura a caminho da casa do sargento aposentado, no condomínio Vivendas da Barra, no mesmo bairro. Antes do crime, a DH concluiu, através de imagens de câmeras de segurança, que o Cobalt prata clonado usado nos assassinatos partiu para o Centro, onde estava Marielle, do Quebra Mar, a poucos quarteirões do Resenha.


Investigadores da DH, entretanto, já sabem que a dupla tinha companhia no bar depois do crime. O bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, que foi alvo de mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira, estava no bar. Inicialmente, a DH acreditava que ele também havia ido com Lessa e Queiroz até o local do crime, mas agentes da especializada concluíram que ele permaneceu toda a noite no bar. Nessa segunda fase da investigação, a polícia quer saber se ele teve alguma participação no crime.

Suel chegou à investigação quando policiais da DH descobriram que o bombeiro estava presente numa tentativa de assalto contra Lessa um mês após o assassinato de Marielle e Anderson. O bombeiro reagiu ao crime e baleou o assaltante. Na ocasião, o sargento aposentado foi baleado no pescoço.


Agentes da DH descobriram que o Resenha é um dos locais na Barra da Tijuca onde Queiroz, Lessa e outros amigos se encontram. Entre os frequentadores do local, juntamente com os acusados pela morte de Marielle, há diversos outros policiais militares e ex-PMs alvos da operação Guilhotina, da PF. A ação, contra uma quadrilha de policiais acusadas de desviar armas apreendidas em operações e trabalhar para a máfia dos caça-níqueis, teve como um dos alvos o ex-PM apontado como motorista do veículo usado no crime.

O bar também apareceu na investigação do assassinato de Marielle em outro momento. Na busca de outros participantes do crime, agentes da DH ouviram, na sede da especializada, em fevereiro deste ano, um PM lotado no 22º BPM. O policial tem ligações com a dupla presa. A partir da análise das antenas captadas dos celulares do policial e dos dois acusados, os policiais descobriram que, antes e depois do depoimento, o trio se reuniu no bar.


Lessa e Queiroz prestaram depoimento durante as investigações e, na ocasião, afirmaram não se recordar o que fizeram no dia e não apresentaram nenhum álibi. Queiroz alegou que trabalhou no dia do crime, mas diz não se lembrar o que fez depois. As buscas feitas por Lessa — que ficaram registradas na "nuvem" — no período anterior ao crime foram fundamentais para acusar o sargento aposentado. Ele procurou a arma usada no crime e endereços ligados à Marielle.


Já a análise das antenas foi fundamental para que a investigação apontasse Élcio como motorista do carro usado no crime. Os agentes da DH descobriram que o ex-PM se dirigiu da Zona Norte até a Barra da Tijuca horas antes do crime. Pouco antes das 17h, o celular de Élcio chega próximo a casa de Lessa, a poucos quilômetros de onde o Cobalt saiu em direção ao local onde estava Marielle Franco.

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