O Rio Madeira subiu mais e atingiu a cota de inundação na manhã deste sábado (2) de Carnaval, com a cota de 17,13 metros, em Porto Velho, segundo monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA). Por volta das 22 horas de sexta-feira (1º), o nível do rio já era 17,06 metros, conforme o boletim do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Madeira (SAH Rio Madeira), que prevê ainda mais elevação do rio nos próximos dias.
Com esta situação, e aliada a chuva dos últimos dias, os canais que cortam a cidade, e estão mais próximos do Rio Madeira, transbordam e invadem casas, comercias e ruas de Porto Velho.
O Rondoniagora tentou conversar com a Defesa Civil Municipal para saber a situação das famílias atingidas pela enchente, mas não obteve retorno.
Entre os bairros mais afetados estão o Cai N’Água, onde a água do Canal Santa Bárbara já deixou a área da feira do produtor, parte da Rua João Alfredo e comércios alagados.
As residências localizadas no Beco do Gravatal, um dos primeiros bairros a ser afetado, a água já começa entrar nas casas. O lixo jogado pela própria população começa a boiar nos canais e, em alguns locais, é possível encontrar até sofá, geladeira, cama box e muitos outros objetos que são descartados de forma errada. O mau cheiro das águas dos canais deixa os moradores incomodados principalmente onde a água já invadiu.
Aldenor de Souza mora no Beco do Birro, na Zona Norte da Capital, há mais de 30 anos e diz que está preparado caso a água comece a invadir sua residência. A água já está bem próxima da residência. “Já preparei uns bancos de madeira para colocar alguns móveis no alto. Em caso de emergência, eu vou para a casa de um familiar meu que mora em um local mais alto, aqui no Beco do Gravatal. Todo ano é a mesma situação, mas a gente sempre fica em alerta porque a qualquer momento a água pode subir e invadir as casas igual aconteceu em 2014”, disse o morador.
Há cinco anos no Beco do Gravatal, Marta Costa conta que não consegue dormir direito com medo de ser surpreendida com a água dentro da sua casa. “Essa é a nossa preocupação todos os dias, principalmente no período da noite ou quando começa a chover. Em 2014 a gente saiu de casa antes de ser invadida pela água, mas esse ano eu não acredito que a água irá invadir minha casa, mas se invadir eu já tenho para onde ir com meu esposo e filho”, relatou Marta.
Em outros pontos na área ribeirinha urbana nos Bairros Areal Centro, Mocambo, Baixa União, Nacional, Panair, Areal Centro, Balsa e Triângulo, a água também já invadiu os quintais de várias residências.
Até a sexta-feira (1º), cerca de 36 pessoas já tinham sido desalojadas e tiveram que ser levadas para casa de familiares. Outras 17 famílias que residem na comunidade de Mutuns e Boca do Jamari, na Zona Rural da capital, tiveram seus quintais invadidos pela água e foram levadas para barracas em locais seguro.
Baixo Madeira
No distrito de São Carlos, as comunidades de Brasileira, Boca do Jamari, Terra Caída, Cavalcante e Curicaca também estão sofrendo com a cheia do Rio Madeira. No distrito de Nazaré, as comunidades de Boa Vitória, Santa Catarina, Boa Hora, São José da Praia, Tira Fogo, Bomfim, Laranjal e Conceição da Galera foram um dos mais atingidos com a elevação do rio.
Já no distrito de Calama, as comunidades mais afetadas com a água do rio entrando nos quintais foram Papagaio, Ilha da Assunção e Firmeza.
A Defesa Civil está com uma equipe de plantão 24 horas para atender as famílias que residem em áreas de risco. A ajuda pode ser solicitada ligando no 199 ou 98401-5113.