O nível do Rio Madeira tem se mantido estável nesta semana, na marca de 16,85 metros. No entanto, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a cota está entre as 10% mais altas já registradas neste ano e acima da média histórica para o período. Apesar disso, o órgão considera ainda ser cedo para dizer que esta será a terceira maior enchente já registrada em Porto Velho.
De acordo com o engenheiro hidrólogo Hérculys Castro, a maior cheia já registrada na Capital foi em 2014, a segunda maior em 1984. Em 2019, pode ser que ocorra a terceira maior enchente, mas ainda não há como afirmar. “O rio só ultrapassou a cota de 17 metros no final de semana e terça-feira, mas foi coisa pontual chegando ao máximo em 17,11m, que em menos de uma hora baixou. É uma pequena ondulação do rio que subiu, mas baixou e deve permanecer nessa mesma marca dos 16,70 metros nos próximos dias”, explicou.
De acordo com o engenheiro hidrólogo, todos os anos o Rio Madeira atinge seu pico entre os meses de março e abril, recebendo as águas dos rios Beni e Mamoré, que mantém um comportamento considerado estável, com elevação e recuo de forma leve. No entanto, a previsão é que o Mamoré aumente ainda mais, sem baixar até o final de abril. No Rio Beni, a subida tem um comportamento mais abrupto, onde sobe e desce mais rápido.
Como continua chovendo em território boliviano, as águas estão descendo, mas não é possível saber como será essa chegada em Porto Velho, pois as estações da CPRM ainda não registraram os dados. “A gente só tem essas estações quando chega na divisa da Bolívia para nosso estado. Essas águas que caíram semana passada ainda não chegaram, mas quando chegar a gente emitirá um boletim de alerta que vale de dois a três dias”, informou Hérculys Castro.
Em média, essas águas demoram de cinco dias ou mais para chegar a Porto Velho. “Se for da bacia do Rio Beni demora cerca de duas ou três semanas. Já as águas que vêm Rio Mamoré, a vazão é mais lenta demorando mais tempo para chegar”, afirmou Hérculys Castro.
Com essa influência, o nível do Rio Madeira deve subir ainda mais, mas também depende de como vai ser feito a operação com as usinas hidrelétricas, para saber o efeito que vai ter na Capital.
Outras localidades Na região de Pimenteiras, onde passa o Rio Guaporé, a cota registrada pela CPRMA foi de 6,66 metros considerada dentro do normal até o momento.
Na região de Costa Marques, próximo ao Forte Príncipe da Beira, onde também passa o Rio Guaporé, a cota registrada foi de 11,89m. Segundo o CPRM, está abaixo da cota de alerta e de inundação que é de 13,50 metros.
Em Guajará-Mirim, o Rio Mamoré registrou a cota de 10,77 metros. A cota de inundação é de 11,10 metros.