Operação Compensação foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (22) em decorrência de inquérito do STF
A PF (Polícia Federal) deflagrou a Operação Compensação, na manhã desta sexta-feira (22), em que o principal investigado é o senador Ciro Nogueira (PP-PI). A operação, que apura crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, é decorrente de inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal) e foi autorizada pela ministra Rosa Weber.
Ao R7, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, declarou que o senador sempre se colocou à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos.
"A defesa do Senador Ciro Nogueira vem denunciar, mais uma vez, o direito penal do espetáculo. O que está sendo apreendido nesta busca e apreensão é o que foi recentemente restituído pelo Supremo Tribunal em virtude de outra operação que não resultou em Ação Penal , o Supremo rejeitou a Denúncia, pois baseada tão somente na palavra de outro delator. Tal constrangimento poderia ser evitado com a simples intimação do Senador para prestar esclarecimento pois , é evidente, este sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário."
De acordo com a PF, cerca de 30 policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Brasília (DF) e São Paulo (SP), além de intimações para fins de depoimentos dos envolvidos.
A investigação teve como origem depoimentos prestados por colaboradores do Grupo J&F, dono da JBS, que afirmaram terem repassado cerca de R$ 43 milhões ao Partido Progressista, por meio de pagamentos em espécie e doações oficiais.
Ainda segundo a Polícia Federal, Ciro Nogueira teria intermediado o repasse do dinheiro em troca de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.
De acordo com a investigação, o caso está relacionado aos repasses da empresa para partidos e políticos com a finalidade de conseguir apoio financeiro para a candidatura de Dilma Rousseff (PT).
Por meio de nota nesta manhã, o MPF (Ministério Público Federal) informou que "em depoimentos, os colaboradores narraram a compra de apoio político a partidos por meio do político". A PGR (Procuradoria-Geral da República) explicou ainda que, de acordo com "investigações preliminares, parte da propina paga ao partido do parlamentar foi viabilizada por meio de doações oficiais – simuladas - e outra parte no valor de R$ 5 milhões foi paga em espécie por meio de uma pessoa ligada ao senador. No total, teriam sido pagos R$ 42 milhões em propina."