Operação Ad Infinitum apura a existência de lavagem de dinheiro envolvendo o repasse ao chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht
A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta terça-feira (19), em cooperação com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, a 60ª fase da Operação Laja Jato, a Ad Infinitum.
A operação tem como objetivo apurar a existência de um método de lavagem de dinheiro que "envolve o repasse de quantias milionárias ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht", por meio da atuação de operadores financeiros, entre os anos de 2010 a 2011.
De acordo com a PF, a empresa usava o dinheiro para irrigar campanhas eleitorais e efetuar o pagamento de propina a agentes públicos e políticos aqui no Brasil.
O nome da operação se deve ao fato de o caso parecer tratar de uma repetição do modo de atuação dos integrantes da organização criminosa, remetendo a um ciclo criminoso que nunca termina.
Na operação, 46 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão em 10 localidades diferentes, além de um mandado de prisão preventiva, nas cidades de São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Guarujá (SP) e Ubatuba (SP). Os mandados foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba (PR).
O mandado de prisão é contra Paulo Preto, conhecido operador financeiro já indiciado em outras fases da Operação Lava Jato e suspeito de ter fornecido grande parte dos recursos para a empresa.
Na nova fase da operação, também foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
As investigações tiveram início a partir de depoimentos e colaborações colhidas dos funcionários da Odebrecht e de doleiros investigados em fase anteriores da operação.
Ainda de acordo com a investigação, entre os anos de 2010 e 2011, um dos investigados mantinha em território brasileiro cerca de R$ 100 milhões em espécie e que, ao longo desse período, conseguiu repassar ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira. Com isso, foi possível realizar uma caixa para financiamento de campanha eleitorais e pagamento de propina a agentes públicos.
Paulo Preto será levado para a sede da PF em São Paulo e, mais tarde, para a Superintendência do Paraná, onde será interrogado.