Dados divulgados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) indicam que a investigação sobre as movimentações financeiras de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), perdeu fôlego de agosto a novembro do ano passado, exatamente o período de campanha eleitoral. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o histórico divulgado pelo MP, foram feitos cinco relatórios financeiros de janeiro a agosto de 2018, mas Queiroz foi chamado para depor apenas em 22 de novembro, três semanas após o fim das eleições. Nos dados divulgados, segundo o jornal, não houve nenhuma movimentação relevante dos promotores no caso.
O principal procedimento, aberto pelos promotores em julho do ano passado, tinha apenas 37 páginas até a eleição de Flávio Bolsonaro ao senado, mas ganhou mais de 200 páginas desde novembro, incluindo um pen drive e um DVD de conteúdo ainda desconhecido. Em entrevista no início de 2018, Eduardo Gussen, procurador-geral de Justiça do Rio, afirmou que durante o período eleitoral a prioridade eram investigações que exigiam prisões.
Queiroz, ex-policial militar e contratado para ser motorista e assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), se tornou alvo de investigação por conta de movimentação atípica de R$ 1,2 milhões entre 2016 e 2017, com saques fracionados e depósitos em dinheiro vivo. O relatório feito pelo Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) foi produzido pelo Ministério Público Federal (MPF) para a Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais.