Longa estrearia em 31 de janeiro, Roteiro trata da ‘cura gay’, Estúdio alegou questão comercial
O filme “Boy Erased: Uma verdade anulada”, que fala sobre a “cura gay”, teve seu lançamento cancelado nos cinemas brasileiros –e, segundo o ator Kevin McHale, foi por conta do presidente Jair Bolsonaro.
A estreia estava agendada para a última 2ª feira (31.jan.2019), antes de ser desmarcada pela Universal Pictures, estúdio responsável pelo filme.
O ator Kevin McHale –conhecido por interpretar Artie Abrams na série Glee– disse em sua conta no Twitter na noite deste domingo (3.fev), que o filme não veio para o Brasil por censura do presidente Jair Bolsonaro. Também via Twitter, Bolsonaro negou as acusações.
De acordo com McHale, o presidente não tem que tomar a decisão pessoalmente; mas cria 1 ambiente que respalda este tipo de decisão. O ator afirmou também que Bolsonaro é uma ameaça à comunidade LGBTQ+ do país.
Em resposta, Bolsonaro disse que a acusação é mentira e que ele “tem mais o que fazer”.
A Universal Pictures alegou que a decisão foi tomada “única e exclusivamente por uma questão comercial baseada no custo de campanha de lançamento versus estimativa de bilheteria”.
O longa arrecadou US$ 7,928,149 entre os dias 6 de novembro de 2018 e 6 de janeiro de 2019. De acordo com o IMDb (Internet Movie Database), o valor é relativamente baixo para filmes com elencos famosos como este.
A obra é baseada no livro de memórias do ativista americano Garrad Conley e dirigido por Joel Edgerton. Foi indicado para o Globo de Ouro nas categorias melhor ator de drama, pela atuação de Lucas Hedges e melhor música para filmes. Não venceu em nenhuma categoria. O elenco também tem nomes de peso como Russell Crowe e Nicole Kidman.
A TRAMA
O filme conta a história do jovem gay Jared Eamons (Hedges), filho de Marshall Eamons (Crowe), pastor de uma cidade conservadora do Arkansas, e da religiosa Nancy Eamons (Kidman).
De acordo com a sinopse divulgada pela Universal, em dezembro de 2018, “quando confrontado pela família sobre sua sexualidade, [o personagem] se vê pressionado a escolher entre perder seus familiares e amigos ou se submeter a um programa de terapia que busca a ‘cura’ da homossexualidade”.