Uma semana após rompimento de barragem, 110 mortes foram confirmadas e há 238 pessoas desaparecidas. Equipes de resgate iniciam nova etapa nas buscas.
As buscas por vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), foram retomadas por volta das 7h30 desta sexta-feira (1º). No dia em que o rompimento da barragem completa uma semana, os trabalhos vão entrar em uma nova fase.
Até agora, os corpos resgatados estavam em regiões superficiais. Agora, o trabalho das equipes de resgate dependerá de escavação. O trabalho precisará da estabilização do solo, o que deve tornar mais lenta a operação.
Até o fim da tarde de quinta-feira (31), 110 mortes foram confirmadas e 238 pessoas continuavam desaparecidas, segundo a Defesa Civil. Dos corpos resgatados até agora, 71 foram identificados. Até agora, 394 pessoas foram localizadas. O número de desalojados ou desabrigados é 108.
Na noite da quinta-feira, parentes e familiares de vítimas lotaram uma igreja na missa de sétimo dia dos mortos. A praça e a rua que ficam em frente à Igreja Matriz de São Sebastião foram tomadas de pessoas que não conseguiram entrar.
Números da tragédia
110 mortos confirmados – 71 identificados (veja a lista)
238 desaparecidos (veja a lista)
192 resgatados (veja a lista)
394 localizados
108 desalojados ou desabrigados
O letreiro com o nome da cidade de Brumadinho foi coberto por sacos pretos em sinal de luto. Eles foram colocados às 23h da quinta-feira (31) por um grupo. Neles, também há cruzes brancas. Neste mesmo local, na terça-feira, amigos e parentes fizeram uma vigília. Desde então, o espaço se tornou lugar de homenagens e protesto. As bandeiras que foram postas no letreiro encobrem o escrito "Vale assassina".
"Nós próximos dias, com certeza o número de corpos [encontrados] aumentará. Entretanto, a velocidade de avanço diminui, porque o trabalho é mais minucioso", afirmou o porta-voz dos bombeiros, Pedro Aihara.
A barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu na sexta-feira (25). O mar de lama varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. A vegetação e rios foram atingidos.