No período de seca ou de vazante do Rio Madeira, os donos de embarcações de grande e pequeno porte precisam ter cuidado redobrado por causa da quantidade de madeiras que começam a descer no rio com frequência. Por conta disso, a Marinha do Brasil está intensificando suas inspeções de forma preventiva e orienta os tripulantes a exigirem o colete salva-vidas.
Nazareno Nascimento, de 45 anos, mora na margem esquerda do Madeira e atravessa o rio várias vezes ao dia. Neste período de cheia, ele garante que aumenta a atenção, principalmente durante a noite, já que o banzeiro (onda) é maior segundo ele. “Durante o dia a gente cruza o rio tranquilamente porque o banzeiro é mais calmo. Mas, a noite o perigo aumenta. Mesmo assim, nesse período é mais tranquilo navegar porque não tem blocos de areia como durante a seca, que já aconteceu do meu barco encalhar”, relata Nazareno.
Morador do Bairro Triângulo há mais de 30 anos, o pescador Antônio Lima Lopes, de 55 anos, diz que os troncos de árvores que surgem no rio é a maior preocupação. “Com as derrubadas de madeiras muito desses troncos são jogados na água e isso é um perigo para gente que navega de barco pelo Rio Madeira, porque pode causar acidentes. As equipes da Marinha do Brasil sempre nos orientam e fiscalizam se estamos navegando legalmente no rio”, conta o pescador.
“Eu já presenciei muitas coisas no Rio Madeira e uma delas foi à cheia de 2014 que nunca vou esquecer porque minha casa ficou inundada. Nesse período de aumento do rio é preciso ter alguns cuidados, igualmente no período de seca, porque tem risco de acidente do mesmo jeito. Ando de voadeira todos os dias para levar minhas verduras para vender e tenho que desviar dos troncos que são muitos no rio”, afirma Jonas Carneiro, de 51 anos, que mora as margens do Rio Madeira.
O delegado da Marinha, Alexandre Nascimento Santos, explica que, embora o nível do rio esteja em uma situação adequada para navegação, esse é um período que os cuidados precisam ser redobrados por conta das correntezas e das madeiras que descem o rio com mais frequência e velocidade.
Para evitar acidentes, a Delegacia Fluvial mantém inspeções e orientações aos comandantes e tripulantes que utilizam o meio de transporte fluvial para se locomover. “Existem várias embarcações que saem para Manaus todos os meses e essas pessoas precisam saber que os barcos de grande e pequeno porte disponibilizam coletes para serem utilizados em caso de emergência. Se o tripulante perceber que o barco não possui colete salva-vidas para todos, ele pode acionar a Marinha que está de plantão 24 horas para resolver o problema”, alerta o delegado.
Outro alerta é sobre a quantidade de passageiros em cada embarcação durante a viagem no rio. “Nós sempre estamos alertando a todos que transportem somente a quantidade de passageiros adequada para evitar acidentes. O próprio passageiro pode verificar se o barco está dentro do limite de peso olhando uma marcação que fica na lateral dos barcos, que é obrigatória ficar dentro da marca. Se a água estiver acima, a embarcação está irregular”, diz Alexandre.
Em caso de irregularidades, o tripulante pode denunciar ligando no 3224 6141 que uma equipe é enviada para averiguar a denúncia.