Senador rondoniense que integra a cúpula nacional do MDB terá que dar explicações sobre o recebimento de mais de R$ 40 milhões que foram doados ao partido pela JBS. A PGR reafirma que foi propina e lavagem de dinheiro. A defesa alega que foi doação não declarada
Na fogueira
O quase ex-senador Valdir Raupp (MDB) deverá viver um inferno astral a partir de fevereiro quando encerra seu mandato e consequentemente o foro que o cargo de senador lhe garante. Esta semana, o vice-procurador geral da República, Luciano Mariz opinou pela manutenção da linha de investigação contra a cúpula do MDB, a qual Raupp integra. A defesa queria enquadrar a suposta propina paga pela JBS como “crime eleitoral”, mas a PGR quer manter a corrupção e lavagem de dinheiro no foco.
Caso seja mantida
Raupp pode ser condenado a 22 anos de prisão, sendo a máxima de 12 para crime de corrupção e 10 para lavagem de dinheiro. Se a defesa conseguir alterar a linha de investigação para crime eleitoral, a punição por deixar de declarar valores de campanha é de no máximo cinco anos e se a pena for menor que quatro, pode ser convertida em prestação de serviços.
Hora errada
O grande problema é que essas denúncias chegaram em um momento nada propício para político enrolado com a justiça. A saída de Sérgio Moro da magistratura, faz com que seu substituto “mostre serviço” e nada melhor para as manchetes que a prisão de um bando de ex-senadores que sempre conseguiu escapar da justiça. Além disso, com a família Bolsonaro às voltas com milicianos, funcionários fantasmas e aumento espantoso no patrimônio imobiliário, qualquer manchete sobre investigações envolvendo a “velha política”, terá um destaque grande.
E ainda temos
Um Sérgio Moro doido para mostrar que sabe ser paladino também no Executivo. Portanto, a chapa vai esquentar para Raupp, Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), Eduardo Braga (AM), Dário Berger (SC) e o atual presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE). Também os ex-ministros Helder Barbalho, do MDB, e Guido Mantega, do PT. Todos estão no mesmo processo. Mas, quem vai pagar o pato são os que entram fevereiro sem foro.
Enquanto isso
A Assembleia Legislativa, em sessão de inauguração do novo prédio nesta terça-feira cassou os vetos do governador Marcos Rocha, até mesmo o que suspendia o pagamento do abono natalino aos servidores do Legislativo. Maurão de Carvalho, presidente da Casa declarou que “É outro projeto vetado que não dá para entender. Por que o Governo veta um projeto que é de competência dessa Casa?”, questionou o presidente. “Foi uma decisão colegiada, uma decisão interna da Casa, assim como acontece no Ministério Público, Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça”, reforçou.
Também derrubaram
O veto ao PCCS dos Agentes Penitenciários. Esta foi a primeira derrota de Marcos Rocha imposta pelo legislativo. Com a cassação do veto, a matéria volta ao governador para promulgação. Se não o fizer em 48 horas, caberá ao presidente da Assembleia transformá-la em Lei, de acordo com o que define a Constituição do Estado. Mesmo assim, os agentes preferem esperar o desfecho para desfazer a operação padrão, imposta desde que Rocha resolveu usar sua caneta Bic.
E o Iteron
Os deputados também derrubaram o veto de Marcos Rocha a criaç ão do Instituto de Terras de Rondônia e ainda deram uma dura na assessoria do governador, o autor do projeto, deputado Maurão de Carvalho, disse que este foi um projeto pensado para o Plano de Governo caso ele fosse eleito para o governo. Segundo ele, o próprio governador Marcos Rocha copiou o projeto e levou para o programa de televisão, em seu horário eleitoral. “Ou seja, fizemos o projeto e entregamos de graça, ele divulga e depois veta. Não dá para entender. É autorizativo, é a regularização fundiária de Rondônia que vai legalizar as terras que não tem documentos. Foi feito baseado em vários estados” concluiu Maurão.
Cada dia, uma surpresa
Quando parecia que o assunto sobre Flávio Bolsonaro e o laranja, ops, motorista Fabrício Queiroz havia esgotado, eis que surge mais uma novidade, o possível envolvimento da dupla com milicianos que chegaram a ser homenageados por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio.
Exame de sangue pode detectar Alzheimer antes de primeiros sintomas
Pesquisadores alemães e americanos desenvolveram um exame de sangue capaz de detectar a doença de Alzheimer anos antes de os primeiros sintomas aparecerem, entre eles a perda de memória. O teste identifica determinadas proteínas que são produzidas quando as células nervosas morrem. “O fato de ainda não haver um tratamento eficaz para o Alzheimer se deve em parte a as terapias atuais começarem tarde demais”, afirmou Mathias Jucker, do Centro Alemão para Doenças Neurodegenerativas (DZNE), um dos principais autores do estudo publicado nesta segunda-feira (21/01) na revista científica Nature Medicine.
Segundo Jucker, geralmente as proteínas geradas com a morte das células nervosas se decompõem rapidamente no sangue. Os pesquisadores, porém, descobriram um neurofilamento extremamente resistente, que se acumula no sangue de pacientes muito antes dos primeiros sintomas da doença. Jucker e sua equipe, ao lado de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington em San Luis, investigaram se os altos níveis deste neurofilamento no sangue se refletiam em danos neurológicos. Para isso, analisaram dados e amostras de mais de 400 integrantes de uma rede que pesquisa famílias onde há casos de Alzheimer. Os pesquisadores analisaram como a concentração dessa proteína específica se desenvolvia no sangue, descobrindo que 16 anos antes do aparecimento dos sintomas já é possível detectar mudanças significativas. De acordo com Jucker, foi possível prever a perda de massa cerebral e mudanças cognitivas que ocorreriam anos depois. Por enquanto o teste ainda não pode ser usado. Para sua liberação, os pesquisadores precisam agora determinar qual concentração do neurofilamento no sangue pode ser considerada alta, e a partir de que momento seu aumento é um motivo de preocupação. Ainda sem cura, a doença de Alzheimer é causada pela morte de células cerebrais, prejudicando funções como memória, linguagem e orientação.