Battisti voltou para Itália após 37 anos para cumprir pena perpétua
O irmão do italiano Cesare Battisti afirmou nesta terça-feira (15) que o condenado à prisão perpétua é "uma vítima que nunca cometeu" nenhum crime.
"Vocês querem saber? Meu irmão é uma vítima. Sim, uma vítima. Sempre foi condenado à revelia porque seus amigos o acusaram, arrependidos e delatores, como Pietro Mutti, que agora viaja pelo mundo às custas do Estado", disse Vincenzo Battisti, um dia após Cesare voltar à Itália para cumprir sua pena por quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando era membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Mutti foi o criado do PAC, mas depois virou colaborador da Justiça e seus depoimentos levaram à condenação de Battisti à prisão perpétua. "Como Cesare era fugitivo, a culpa caiu toda nele. Mas a prisão é uma injustiça. Ele não é culpado e estão acusando-o de algo que ele não fez", disse o irmão. "Cesare me jurou que nunca matou ninguém, que nunca pôde se defender, mas todos jogam a culpa nele para se salvar", afirmou.
Cesare Battisti retornou nesta segunda-feira (14) à Itália, após 37 anos. Ele viveu na França, no México e no Brasil, até ser deportado pela Bolívia no último fim de semana. No Brasil, ele tinha o status de refugiado, concedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, em dezembro, o então presidente Michel Temer assinou seu decreto de extradição e o italiano fugiu para a Bolívia.