Homem que representa a TB Serviços frequenta a casa do novo superintendente de Gestão de Gastos Públicos; empresa é dona dos maiores contratos com o governo de Rondônia, incluindo locação de veículos para as polícias Civil, Militar e Governadoria
Conflito de interesses
O novo superintendente Estadual de Gestão de Gastos Públicos Administrativos, ou seja, aquele que controla quem compra o que, Junior Gonçalves, é muito amigo do representante da TB Serviços, Transportes, Limpeza, Gerenciamento e Recursos Humanos S/A, detentora dos maiores contratos junto ao governo do Estado. Para se ter uma idéia, apenas em 2018 a TB recebeu mais de R$ 21 milhões de um contrato de locação de veículos, conforme mostramos na última coluna. Em 2015, a empresa venceu uma licitação em Rondônia no valor de R$ 44 milhões para alugar automóveis pequenos para a SESDEC, e tinha gente achando caro o contrato do IBAMA, que para atender todo o Brasil gasta R$ 28 milhões.
Então
Ter amigos não é crime, mas quando existem interesses conflituosos como vai ficar a questão? Marcos Rocha, o governador eleito sob a bandeira da “mudança”, vai rever esses contratos milionários? E se for o caso, até que ponto a amizade entre Júnior Gonçalves e o representante da TB vai perdurar, e qual a garantia de uma não interferência? Onde fica a tal da impessoalidade? Aliás, o cara estava inclusive na posse de Marcos Rocha acompanhado de… Júnior Gonçalves. Abaixo, três imagens que falam mais que as palavras.
Passou da hora
Do Ministério Público do Estado e o Ministério Público de Contas pedirem esses contratos para darem uma olhadinha e acompanhar, bem de perto, como funciona essa dinâmica. Tem coisas que é melhor acompanhar logo no início. E o governador também pode começar dando o exemplo e usando sua caneta Bic para ir cortando despesas nesses contratos milionários. Se Jair Bolsonaro se assustou com aquela merreca de R$ 28 milhões para o Ibama, Marcos Rocha já tem um bom assunto para puxar na Corte quando for visitar o presidente. Pode começar até falando assim, “lá em Rondônia, presidente, a gente pagava era R$ 44 milhões”…
Enquanto isso
O governo de Marcos Rocha sinaliza com a primeira medida política que promete confusão, o Palácio está querendo eleger para presidente da Assembleia, Eyder Brasil, deputado de primeiro mandato. A estratégia não agradou principalmente o deputado Lebrão, aliado de primeira hora de Marcos Rocha e que chegou a discursar na solenidade de posse do governador, se comprometendo a “ser um parceiro”. Mas parece que nem mesmo o discurso conciliador de Lebrão convenceu Rocha. Eyder já começou a se mexer no sentido de conquistar a cadeira e fez contato com pelo menos dois deputados, que ouviram, mas não disseram nem que sim, nem que não.
Bom lembrar
Que todas as vezes que o governo meteu o bedelho pelas bandas da Assembleia na disputa pela Mesa, a coisa não acabou bem. Para o governo.
Um tijolo a mais no muro
O governo de Jair Bolsonaro enviou carta à ONU informando que não é mais signatário do Pacto Global para Migrações. É bom lembrar que para cada migrante estrangeiro no Brasil, há dois brasileiros no exterior. O acordo, assinado por 164 países em dezembro do ano passado (Brasil entre eles), tem como um dos objetivos o trabalho em conjunto para melhorar as condições estruturais de países e com isso diminuir a fuga de pessoas de seus territórios, além de tentar dar condições mais humanas aos migrantes. Os EUA, que sempre se lixaram para o resto do mundo, não assinou, e também nunca fez questão.
Já se passaram 9 dias
E Michel Temer está sem foro privilegiado, continua solto. Com Aécio também, tá tudo certo e o Queiroz, passa bem, depois de ter sido operado no Albert Einstein mesmo estando desempregado. E segue sem comparecer ao Ministério Público para dar explicações, assim como os demais membros de sua família.
310
É o número de servidores que foram nomeados pelo governador Marcos Rocha. A lista está no Diário Oficial que você pode conferir clicando AQUI
Tempo de tela causa impacto no cérebro das crianças, mostra estudo
O tempo de tela – assistir televisão, vídeos ou filmes, jogar videogames ou usar mídias sociais – promove alterações estruturais no cérebro do adolescente, mostram os eloquentes resultados preliminares de uma nova pesquisa. O Adolescent Brain Cognitive Development (ABCD) é indiscutivelmente o maior estudo do gênero, e pretende incluir 11.500 jovens aos 9 e 10 anos de idade e acompanhá-los por até 10 anos. Terá informações detalhadas sobre o tempo de tela, bem como dados de imagens cerebrais feitas por ressonância magnética (RM) a cada dois anos. A utilização de uma ferramenta multivariada irá tentar discriminar os efeitos de outros fatores ambientais dos efeitos do uso de tela. O estudo, publicado na edição de janeiro do periódico NeuroImage, se concentra nos dados preliminares, obtidos dos primeiros 4.500 participantes. As crianças que passam muito tempo em frente às telas tiveram maior incidência de comportamento agressivo e níveis mais baixos de inteligência em termos de conhecimento. No entanto, o pesquisador fez uma importante ressalva sobre os resultados atuais. “Estes são apenas dados transversais, e estamos somente descrevendo uma associação. Não sabemos se é causal. Pode ser uma associação reversa – ou seja, os participantes com problemas comportamentais têm maior uso de tela”, observou. “Mas, eu diria que esses jovens devem ser observados – as crianças que já demonstram alguns problemas, como impulsividade e agressividade. Se uma criança estiver apresentando esses problemas, pode ser uma boa ideia limitar as atividades com mídias em tela”, acrescentou.