Programa federal tem nova redução orçamentária para 2019; por prioridades na obtenção do auxílio, atletas estudantis e de base não terão mais bolsas
Na sanção da Medida Provisória 846, Michel Temer discursou sobre o quanto a integração entre segurança, esporte e cultura garantiu uma "tarde brilhante" para o povo brasileiro. Apesar disso, nesta sexta-feira - o último dia útil de 2018 -, o governo do atual presidente do Brasil publicou a decisão de cortar ainda mais o programa Bolsa Atleta.
O orçamento já tinha sofrido um corte de 50% (passou de R$ 140 milhões em 2017 para R$ 70 milhões em 2018). A mudança foi anunciada por meio do Diário Oficial da União. Para 2019, serão R$53,6 milhões de recursos disponíveis, uma nova redução de 32%.
Cortes na base
Os cortes atingem especialmente os atletas mais jovens. Em 2017, o Bolsa Atleta contemplava 444 bolsas estudantis (destinadas a atletas de destaque em torneios escolares) e 254 para "Atletas de Base". Não há mais bolsa para essas categorias.
O edital estabelece prioridades para que um atleta possa receber o auxílio do governo. Na pirâmide do Bolsa Atleta, os atletas olímpicos e paralímpicos estão no topo. Na sequência aparecem os campeões mundiais e a lista segue, chegando até os terceiros colocados em disputas de categorias de base. Em 2018, o orçamento chegou ao fim sem sequer contemplar a metade da lista do "Atleta Nacional", que inclui os três primeiros colocados de torneios nacionais, que poderiam receber R$ 925.
A categoria "Atleta Nacional" é a maior do Bolsa Atleta e beneficiou 3.955 pessoas em 2017. O número bem maior do que os 1.790 atletas listados no Diário Oficial nesta sexta-feira (28) para 2019. Por outro lado, o "Atleta Internacional" subiu de 765 para 982, enquanto a "Atleta Olímpico/Paralímpico" sofreu redução de 412 para 336.