Ministério Público de Goiás vai apresentar a primeira denúncia contra o médium por crimes sexuais nesta sexta-feira (28)
O Tribunal de Justiça bloqueou R$ 50 milhões das contas do médium João de Deus na noite de quinta-feira (27). Segundo o MP-GO (Ministério Público de Goiás), R$ 20 milhões serão destinados a reparação das vítimas e R$ 30 milhões a indenização por dano moral coletivo.
A primeira denúncia por crimes sexuais contra o médium será apresentada nesta sexta (28) pela Justiça. João de Deus é acusado de abusos sexuais enquanto realizava atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).
Entenda o caso
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, está sendo acusado por diversas mulheres de abuso sexual durante os atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás.
Após as primeiras denúncias, o MP-GO (Ministério Público de Goiás) criou uma força-tarefa, que conta com quatro promotores, seis delegados e duas psicólogas para atenderem o caso.
Na noite do dia 12 de dezembro, a Promotoria de Justiça de Goiás solicitou a prisão preventiva do médium, cinco dias depois de as primeiras denúncias de abusos sexuais começarem a aparecer.
Em sua primeira aparição pública após as denúncias, João de Deus ficou cerca de 10 minutos na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, interior de Goiás. O médium se disse inocente e declarou que estava à disposição da Justiça.
Na tarde do dia 16 de dezembro, João de Deus se entregou às autoridades. Até a tarde de segunda-feira (17), a força-tarefa do MP-GO tinha recebido um total de 506 mensagens sobre a investigação contra o médium.
Nesta quinta-feira (27), a Justiça de Goiás concedeu um habeas corpus ao médium, no caso do porte ilegal de armas. A decisão é do juiz plantonista Wilson Saflate Faiad, que destacou a idade do médium, bem como a "saúde extremamente debilitada".
Segundo o Jornal Opção, a decisão libera o médium para a prisão domiciliar, com diversas condições como o pagamento de uma fiança no valor de R$ 1 milhão, monitoração eletrônica e o recolhimento do passaporte.
No entanto, João de Deus continuará na cadeia. Isso porque a decisão da Justiça goiana diz respeito exclusivamente à prisão preventiva por conta das armas irregulares, apreendidas em sua casa durante uma busca policial no último dia 19. João de Deus, porém, ainda responde às acusações de abuso sexual contra centenas de mulheres.