Autoridades cumprem três mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte (MG). Aécio, mãe e primo são alvos
A PF (Polícia Federal) faz buscas em endereços ligados ao senador Aécio Neves (PSDB) na manhã desta quinta-feira (20). Ao todo, são três mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte (MG).
A mãe de Aécio, Inês Maria Tolentino Neves da Cunha, o primo dele Frederico Pacheco e uma empresa de comunicação são alvos da operação, batizada de Ross.
A empresa, chamada Albatroz Comunicação, seria da irmã de Aécio, Andrea Neves da Cunha.
As buscas têm como objetivo encontrar indícios dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Os mandados foram pedidos pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e expedidos pelo ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal). As autoridades investigam suposta propina do grupo J&F a Aécio entre 2014 e 2017.
Esta é a segunda operação envolvendo o senador neste mês. A primeira fase da ação foi realizada em 11 de dezembro.
Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. O MPF (Ministério Público Federal) afirma que as investigações apuram suposto pagamento de propina a Aécio de cerca de R$ 110 milhões. O senador teria repassado parte do valor para 12 legendas que o apoiaram durante a campanha presidencial de 2014.
Outro montante teria sido pago a Aécio em espécie e o restante viabilizado via transferência bancária e pelo pagamento de serviços simulados.
Em 2017, Aécio Neves foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça no âmbito de outro inquérito que também apurou relações do político com o grupo J&F.
A PF batizou a operação numa referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida, fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.