Três outros delatores da J&F deram depoimento
O empresário Joesley Batista, principal acionista do grupo J&F, dono do frigorífico Friboi, depôs na 3ª feira (18.dez.2018) ao Supremo Tribunal Federal. Disse que não houve omissão de informações nas delações premiadas feitas ao MPF (Ministério Público Federal).
Também se mostrou indignado com o pedido da Procuradoria Geral da República para rescindir os acordos de colaboração premiadas dele; de seu irmão, Wesley Batista e dos executivos Ricardo Saud e Francisco de Assis.
Além dele, outros 3 delatores do grupo também prestaram testemunho ao Supremo.
O conjunto de depoimentos ao STF dessa 3ª feira é mais uma etapa do processo que decidirá se as delações premiadas serão mantidas ou anuladas.
Em depoimento, o dono da J&F disse: “100% das acusações feitas contra mim são baseadas em informações que eu mesmo levei ao conhecimento da Justiça”.
Já o delator Francisco de Assis mencionou todos os fatos em ordem cronológica. Declarou ter sido fiel em seus atos durante o processo de delação e chorou.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, deve agora abrir prazo para alegações finais das partes. Depois, o relatório será analisado pelo plenário da Corte.
Em 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cogitou rescindir o acordo de delação premiada firmado entre Joesley e o MPF.
Para o procurador, Joesley e o executivo Ricardo Saud agiram de má fé ao esconderem fatos criminosos como o envolvimento do senador Ciro Nogueira (PP) e a atuação de Marcelo Miller, ex-procurador da República, no esquema.
Em depoimento ao STF, os delatores da J&F afirmaram que Miller teve “zero participação” nos desvios.
Segundo o advogado de Joesley, André Callegari, os 4 reatores disseram que Miller não estava envolvido nos esquemas e que não existem documentos que comprovem esta teoria.