ONU prevê que essa alta deverá elevar o total de refugiados venezuelanos a 5,3 milhões enquanto o colapso do país prossegue
Estimados dois milhões de venezuelanos podem cerrar as fileiras de imigrantes e refugiados no ano que vem, elevando o total a 5,3 milhões enquanto o colapso do país prossegue, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.
Cerca de 5 mil venezuelanos fogem de sua terra natal diariamente, menos do que o pico de 13 mil de agosto, disse Eduardo Stein, representante especial conjunto do alto comissariado da Acnur (Nações Unidas para os Refugiados) e da OIM (Organização Internacional para as Migrações).
Stein descreveu a cifra de dois milhões como uma estimativa de custo para imigrantes e refugiados rumando para países vizinhos nos próximos 14 meses que precisarão de ajuda.
"A região tinha que responder a uma emergência que em algumas áreas preocupantes foi quase semelhante a um grande terremoto. De fato estamos enfrentando um terremoto humanitário", disse ele em um boletim à imprensa.
Na semana passada a ONU apelou por 738 milhões de dólares em 2019 para ajudar os vizinhos da Venezuela a lidarem com o influxo de milhões de imigrantes e refugiados que "não têm perspectiva de voltar no curto para médio prazo".
Cerca de 3,3 milhões de venezuelanos já fugiram da crise política e econômica em casa, a maioria a partir de 2015, disse o Acnur.
Aproximadamente 365 mil deles pediram asilo, disse o representante dos refugiados da ONU, Filippo Grandi.
"As razões de estas pessoas partirem vai da pura fome à violência e à falta de segurança... nós do Acnur acreditamos que muitas têm razões válidas para buscarem proteção internacional", afirmou.
A Colômbia já acolheu um milhão de cidadãos venezuelanos, e a maioria dos outros foi para Brasil, Equador e Peru.
Na quinta-feira um grupo bipartidário de senadores norte-americanos propôs conceder um status de proteção temporária a imigrantes venezuelanos nos Estados Unidos.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, atribui os problemas econômicos de sua nação a sanções financeiras dos EUA e a uma "guerra econômica" liderada por adversários políticos.
O plano de auxílio da ONU, apresentado a doadores nesta sexta-feira, visa ajudar os venezuelanos a se tornarem contribuintes produtivos em seus países de acolhida, disse Antonio Vitorio, diretor-geral da OIM.