Levantamento divulgado durante seminário promovido pelo Ministério Público Federal indica que, em quatro anos, investigações conseguiram 226 condenações por crimes de corrupção
Em quatro anos, a Operação Lava Jato obteve 226 condenações cujas penas somadas superam 2,6 mil anos de prisão, aponta balanço apresentado durante o seminário “Combate à Corrupção: Avaliação e Perspectivas”da Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal . As investigações almejam o ressarcimento de quase R$ 12 bilhões aos cofres públicos e, até o momento, R$ 1,9 bilhão já foi recuperado e R$ 1,3 bilhões, repatriado.
Segundo o procurador Roberto Pozzobon, da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, o sucesso da operação deve-se a quatro fatores: cooperação, transparência, uso de técnicas especiais de investigação como a colaboração premiada e de leniência, e atuação dividida em fases planejadas.
Em quatro anos, a Lava Jato já deflagrou 57 fases. No Supremo Tribunal Federal, ha 36 denúncias contra mais de 100 pessoas.
Em todo o período, foram realizados 548 pedidos de cooperação internacionalenvolvendo 55 países. Do total, 269 são pedidos ativos, nos quais o Brasil solicita informações, e 279 são passivos, quando os países pedem dados à procuradoria brasileira.
Foi a partir de pedidos de cooperação internacional que o Ministério Público obteve o ressarcimento de R$ 575 milhões que estavam em contas abertas em oito países diferentes, afirmou o procurador da República, Eduardo El Hage, da Força Tarefa da Lava Jato no Rio.
“A cooperação permitiu a identificação rápida dessas contas e a recuperação do dinheiro”, explicou. “No Rio de Janeiro, já são nove sentenças, com 40 pessoas condenadas por corrupção e outros crimes, incluindo um ex-governador e algumas das figuras políticas mais importantes do Estado.”
Em São Paulo, a operação registra 30 inquéritos, dez acordos de colaboração premiada e dois acordos de leniência fechados. A frente paulista lida com processos resultantes da delação de executivos da Odebrecht, cujas investigações foram desmembradas para o Estado após determinação do Supremo Tribunal Federal.