Com 58% dos assassinatos cometidos por companheiros ou familiares, o próprio lar é o "lugar mais perigoso para as mulheres"
A cada hora, seis mulheres são vítimas de feminicídio no mundo. Por dia, são 137 mulheres assassinadas por seus companheiros, ex-maridos ou familiares, quase sempre homens, simplesmente por sua condição de mulher. Os dados são da Organização das Nações Unidas, divulgados no domingo, 25.
“No mundo todo, em países ricos e pobres, em regiões desenvolvidas e em desenvolvimento, um total de 50 mil mulheres são assassinadas todo ano por companheiros atuais ou passados, pais, irmãos, mulheres, irmãs e outros parentes, devido ao seu papel e a sua condição de mulheres”, denuncia o relatório, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (Onudd).
Ainda segundo o documento, 58% de todos os assassinatos de mulheres em 2017 foram cometidos por companheiros ou familiares, o que faz com que o lar seja o “lugar mais perigoso para as mulheres”.
“As mulheres continuam pagando o mais alto preço como resultado dos estereótipos de gênero e desigualdade”, afirma o documento “Assassinato de gênero de mulheres e meninas”.
Os assassinatos de mulheres por parte dos seus companheiros “é frequentemente a culminação de uma violência de longa duração e pode ser prevenida”. A ONU considera que um “aspecto crucial” para enfrentar o problema é envolver os homens na luta contra o feminicídio e “desenvolver normas culturais que se afastem da masculinidade violenta e dos estereótipos de gênero”. Entre outros assuntos, se menciona como uma boa política de prevenção a “educação precoce de meninos e meninas, que promova a igualdade de gênero e ajude a quebrar os efeitos negativos dos papéis de gêneros estereotipados”.