A PF (Polícia Federal) iniciou a operação Sem Fundos na manhã desta sexta-feira (23), a 56ª fase da operação Lava Jato.
As autoridades cumprem 68 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária, que totalizam 90 mandados, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
A ação investiga o suposto superfaturamento na construção de edificações destinados à instalação da nova sede da Petrobras em Salvador (BA), chamada de Torre Pituba, entre 2009 e 2016.
Segundo a PF, "os contratos de gerenciamento da construção, de elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia foram superfaturados e direcionados para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da Petrobras e dirigentes da Petros, além de terceiros".
A Petros se comprometeu em realizar a obra, enquanto a Petrobras alugaria o prédio pelo período de 30 anos.
O valor da construção ficou acima do esperado, assim como o aluguel que seria pago no local. Parte dos recursos seriam direcionados para pagamento de propina.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), os integrantes da Petrobras e da Petros passaram a realizar as fraudes em troca de propina, "inclusive para o Partido dos Trabalhadores (PT)".
As investigações apontam o envolvimento de uma empresa ligada a outras duas empreiteiras já envolvidas na Lava Jato.
As autoridades investigam os crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas somadas podem chegar a 50 anos de prisão e multa.
Os presos serão encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).
A operação foi batizada como "Sem Fundos" em referência à perda do Fundo de Pensão da Petrobras, assim como ao fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”.