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TA NA TELA: Em cinco anos, nenhum registro de erro médico foi feito contra cubanos, informa Ministér



Já os casos envolvendo médicos brasileiros, somam seis mortes por hora


Em que pese a desconfiança do presidente eleito, Jair Bolsonaro, sobre o preparo dos médicos cubanos que atuam no Brasil por meio do programa Mais Médicos, o Ministério da Saúde afirma que, em cinco anos de atuação deles em solo brasileiro, não houve registros de erros médicos nem foram feitas denúncias nesse sentido.


Não podemos dizer o mesmo em relação aos médicos brasileiros.


Na semana passada, o governo cubano anunciou que abandonaria a parceria com o Brasil após Bolsonaro questionar a capacitação deles e aventar a possibilidade de exigir a revalidação dos diplomas dos cubanos.


Há cerca de 8 mil médicos cubanos no Brasil.


Seis mortes por hora

A cada uma hora, seis pessoas morrem por “eventos adversos graves”, ocasionados por erros, falhas assistenciais ou processuais ou infecções nos hospitais brasileiros. Desses óbitos, quatro poderiam ser evitados com a realização dos procedimentos corretos.


No ano passado, 54,76 mil mortes foram causadas pelos chamados eventos adversos graves, sendo que 36,17 mil poderiam ter sido evitadas. O Brasil registrou sete mortes violentas intencionais por hora, o que mostra que os óbitos gerados por falhas em hospitais estão em um patamar próximo ao das mortes violentas.

Os dados correspondem ao ano de 2017, e fazem parte do 2° Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar, feito pelo Instituto de Pesquisa FELUMA (Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais) e pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). “Os eventos adversos são inerentes a qualquer serviço de saúde, mesmo nos melhores e mais sofisticados sistemas do mundo. Não se trata, portanto, de buscar culpados, mas, de propor medidas que enfrentem o problema”, afirmou em comunicado Renato Couto, professor da FELUMA e um dos responsáveis pelo Anuário.


Entre os eventos adversos graves captados com mais frequência estão septicemia (infecção generalizada), pneumonia, infecção do trato urinário, infecção do sítio cirúrgico, complicações com acessos, dispositivos vasculares e outros dispositivos invasivos, lesões por pressão, erro no uso de medicamentos e complicações cirúrgicas, como hemorragia e laceração.


Além disso, segundo o estudo, cinco desses principais “eventos” não contam com algum programa de prevenção ou combate, seja no SUS ou na rede privada hospitalar. São eles: parada cardiorrespiratória prevenível, insuficiência renal aguda, aspiração pulmonar, hemorragia pós-operatória e insuficiência respiratória aguda.


“O fato de os hospitais analisados no estudo serem considerados ‘de primeira linha’ e apresentarem esses números indica que a média nacional projetada a partir da amostra estudada provavelmente está subestimando o problema. É possível que ainda mais brasileiros morram por eventos adversos do que o detectado”, comentou Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS.


Custos

Segundo o Anuário, os eventos adversos consumiram R$ 10,6 bilhões do sistema privado de saúde. Não foi possível calcular o valor para o SUS, visto que há variação de receita nos hospitais públicos.


Já em relação ao custo em leitos-dia, cada falha ou erro extendeu o período de internação em 14,4 dias, em média. Na rede privada foi de 10,5 dias, e no SUS de 16,4 dias.


Em 2017, foram utilizados 4,3 milhões de leitos-dia em função de eventos adversos. Sendo 4,7 milhões em razão de eventos adversos graves.


“Considerando o período normal de internação para pacientes que não passaram por eventos adversos encontrados no estudo, de 6 dias para o SUS e 3,5 dias para a rede privada, conseguiríamos atender aproximadamente mais 7,7 milhões de pacientes (2,9 milhões relacionados a eventos adversos gerais e mais 4,7 milhões relacionados a eventos adversos graves) sem aumentar os gastos ou ampliar a rede”, destaca Renato Couto em comunicado divulgado com o material.


O Anuário foi calculado com uma amostra de 456.396 pacientes internados em hospitais da rede pública e privada ao longo de 2017. E como os dados foram coletados em municípios de grande porte e com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) acima da média nacional, “é possível que os números nacionais sejam maiores do que os encontrados”, indica o documento.

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