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TA NA TELA: Senado aprova novo programa de incentivo ao setor automotivo



Renúncia fiscal é de R$ 2,1 bilhões por ano, Matéria segue para sanção presidencial



O Senado aprovou nesta 5ª feira (8.out.2018) a medida provisória que cria o Rota 2030, programa de incentivo ao setor automotivo. O novo regime entrará em vigor em 2019 e terá duração de 15 anos.


A matéria, que perderia validade em 16 de novembro, vai agora para sanção presidencial.


O programa estipula regras que as montadoras deverão seguir para melhorar o consumo de combustível e a segurança. Os fabricantes também poderão obter descontos em tributos se realizarem investimentos em projetos de pesquisa e inovação no Brasil.


Com essa iniciativa, o governo afirma que será possível oferecer carros mais seguros e eficientes ao consumidor brasileiro e tornar a indústria automotiva nacional mais competitiva.


O projeto havia sido aprovado pela Câmara na 4ª feira (7.nov). O debate regional travou as discussões nos últimos dias. O aumento do benefício para o Centro-Oeste beneficiaria Goiás, Estado onde estão instaladas fábricas de montadoras como Mitsubishi e Hyundai. Deputados paulistas protestaram afirmando que o Estado ficaria em desvantagem na concorrência fiscal. O trecho foi suprimido na votação.


Pelo texto, matérias-primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças de origem estrangeira não terão suspensão do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) quando importados diretamente pelas empresas.


Os deputados também aprovaram a redução de 3 pontos percentuais na alíquota do IPI para veículos híbridos com motor flex, que utiliza alternativa ou simultaneamente gasolina e álcool em relação aos veículos convencionais.


O texto foi aprovado na comissão especial com trechos alheios ao tema da medida provisória, chamados “jabutis”, colocados no relatório pelo deputado Alfredo Kaefer (PP-PR). O governo afirmou ser contra essas vantagens. A equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), também se manifestou contra a aprovação.


O PROGRAMA

O Rota 2030 é o substituto do Inovar Auto, encerrado em 2017 e condenado pela OMC (Organização Mundial do Comércio).


O programa foi lançado em julho pelo governo depois de quase 1 ano de impasse entre o Ministério da Fazenda –contrário à concessão de benefícios fiscais– e o Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) –articulador do novo regime. Por insistência da Fazenda, o texto acabou trazendo menos benefícios do que queriam as montadoras.


O principal ponto do regime é a concessão de incentivos fiscais a empresas que investirem em pesquisa e desenvolvimento. Para ter acesso ao benefício, as montadoras terão de investir pelo menos R$ 5 bilhões em P&D por ano.


Pelo texto, 10,2% dos investimentos poderão ser abatidos do Imposto de Renda e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). A renúncia fiscal anual é estimada em R$ 2,1 bilhões.


Eis 1 resumo do programa:

medidao que significa

benefício fiscal10,2% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento poderão ser devolvidos via créditos tributários

deduçãocréditos poderão ser abatidos apenas de IRPJ e CSLL

requisitomontadoras precisarão investir pelo menos R$ 5 bilhões em P&D por ano

veículos híbridos e elétricosIPI cairá de 25% (teto atual) para algo de 7% a 20%

outros veículospoderão ter redução de imposto de 1 p.p. a 2 p.p. a partir de 2023 se cumprirem metas de eficiência energética e segurança

eficiência energéticaaté 2022, as empresas beneficiadas precisarão reduzir emissão em 11%

multasempresas que descumprirem os requisitos do programa poderão pagar multa de 2% sobre o faturamento apurado no mês anterior ao da infração

vigência2019 para benefício fiscal e 2018 para redução do IPI de carros híbridos e elétricos

duração15 anos



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