Faltou trabalho para 27,3 milhões de pessoas no terceiro trimestre deste ano. No segundo trimestre de 2018, havia faltado trabalho para 27,6 milhões de brasileiros. Com isso, a chamada taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 23,9%, frente aos 24,6% do período entre abril e junho deste ano.
O indicador inclui os desempregados, os subocupados (que trabalham menos de 40 horas semanais) e a força de trabalho potencial (pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar).
Já a taxa de desemprego teve um leve recuo na comparação entre os dois trimestres. No período encerrado em setembro de 2018, ela estava em 11,9%, atingindo 12,5 milhões de trabalhadores. No período encerrado em junho deste ano, a taxa era de 12,4%, o que representava um grupo de 13 milhões de brasileiros sem uma vaga formal de emprego.
— Entrou 1,4 milhão de pessoas no grupo dos empregados, isso resgatou da desocupação 522 mil pessoas e reduziu significativamente a taxa de desemprego. É um dado muito bem-vindo. Entretanto, parte expressiva das pessoas que se empregaram ainda está concentrada nas vagas sem carteira e no trabalho por conta própria, que também é informal. — analisa Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. — Também ajudou na redução do desemprego o aumento do número de pessoas trabalhando menos horas do que gostariam, que foi recorde.
A taxa de desemprego voltou a ficar abaixo de 12% pela primeira vez desde o último trimestre de 2017, quando atingiu 11,8%.
Das 27,3 milhões de pessoas subutilizadas, 6,9 milhões estavam subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, alta de 5,4% em relação ao trimestre anterior.
Desalento na máxima histórica
O desalento, condição de quem não procura emprego, que havia atingido recorde no segundo trimestre, permaneceu no mesmo patamar, atingindo 4,8 milhões de pessoas no terceiro trimestre do ano.
A população ocupada foi estimadam em 92,6 milhões de pessoas. Cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior. O número de empregados com carteira de trabalho assinada foi de 33 milhões, estabilidade em relação aos três meses anteriores.
Já os sem carteira segue crescendo, 4,7% ou mais 522 mil pessoas, nessa mesma comparação, para um total de 11,5 milhões de trabalhadores informais no setor privado.
O rendimento médio real habitual ficou em R$ 2.222, estável em relação ao trimestre anterior.
Foi a primeira vez depois de 13 trimestres seguidos que o emprego com carteira de trabalho parou de cair, quando feitas comparações com o mesmo trimestre do ano anterior.
Agricultura, devido ao período de colheita; construção, por meio de pequenos reparos; a alimentação, principalmente ambulantes, vendedores de quentinhas; foram as atividades que mais absorveram mão de obra no terceiro trimestre deste ano, destacou o IBGE.
Entenda os números
4,8 milhões de desalentados: São os trabalhadores que estão desempregados mas não procuraram vaga na semana em que o IBGE coletou os dados. Inclui quem se acha muito jovem, muito idoso, pouco experiente, sem qualificação ou acredita que não encontrará oportunidade no local onde reside. O número de desalentados é influenciado por vários fatores, até por notícias relacionadas à crise. Parte das pessoas que tem contato com informações sobre aumento de número de desempregados simplesmente desiste de procurar.
12,5 milhões de desempregados: São os brasileiros que procuraram uma vaga na semana da pesquisa do IBGE, mas não encontraram emprego.
6,9 milhões de subocupados: São brasileiros que fizeram algum tipo de trabalho, mas que dedicaram menos de 40 horas semanais a isso e gostariam de trabalhar por um período maior. Um profissional freelancer ou alguém que faça bicos e não está conseguindo muitos trabalhos se encaixa nessa situação.