A Justiça Eleitoral do Paraná determinou que a produção do cantor Roger Waters seja advertida sobre as restrições de manifestações políticas, previstas na lei eleitoral, que ocorrem a partir das 22h do dia que antecede as eleições. O artista britânico faz show às 21h30 deste sábado, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba. Caso faça alguma manifestação pública em cima do palco em prol ou contra candidatos entre 22h e meia-noite, poderá ser multado. Já após meia-noite, qualquer manifestação política pode configurar boca de urna, e o artista pode ser preso.
A decisão foi baseada em um pedido do Ministério Público Eleitoral. No requerimento, a promotora de Justiça Eleitoral Cláudia Madalozo anexou reportagens de cobertura de apresentações feitas recentemente por Roger Waters no Brasil, nas quais ele se manifesta politiciamente contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL). As manifestações anteriores, de acordo com a promotora, justificaram o pedido de providência preventivo.
Em uma apresentação em São Paulo, o cantor britânico projetou no telão uma lista de políticos mundiais classificados como “neofascistas”, pondo Jair Bolsonaro ao lado de nomes como o presidente russo Vladimir Putin e o americano Donald Trump. Após se apresentar em Salvador, Waters fez uma homenagem nas redes sociais ao mestre de capoeira assassinado após uma discussão política, Romualdo Rosário da Costa, o Moa do Katendê.
Já no Rio de Janeiro, o cantor prestou homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março. No Maracanã, Waters recebeu a filha, a viúva e a irmã de Marielle, que entregaram a ele uma camiseta com a frase: "Lute como Marielle Franco". Em seguida, o britânico ofereceu o microfone para que elas puxassem um coro de "ele não", referindo-se a Bolsonaro.
A apresentação de Curitiba será a penúltima da turnê que o cantor faz pelo Brasil. A despedida do artista britânico será na terça-feira, dia 30, em Porto Alegre.