Os maiores colégios eleitorais - RJ, MG e SP - são os mais atrasados; processo terminará em 2022
O recadastramento biométrico do eleitorado brasileiro começou em 2008, mas tem previsão para terminar apenas em 2022. Até agora, 59,31% dos eleitores já passaram pela medida, mas apenas dez unidades da federação com eleitorado pequeno ou mediano já concluíram o processo. Os estados menos avançados são justamente os três maiores colégios eleitorais do país: Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
Dados do TSE atualizados em 17 de agosto deste ano mostram que 87,4 milhões dos 147,3 milhões de eleitores já tem identificação biométrica. Eles foram até o cartório eleitoral e deixaram suas digitais. A medida foi adotada para evitar fraudes, impedindo que uma pessoa se passe por outra na hora de votar. O projeto piloto é de 2008, quando abrangeu pouco mais de 40 mil eleitores nos municípios de Colorado do Oeste (RO), São João Batista (SC) e Fátima do Sul (MS).
O estado do Rio, terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, é onde o processo está mais lento. Apenas 18,68% dos 12,4 milhões de eleitores têm identificação biométrica. O cronograma do TSE prevê o recadastramento do restante nos próximos quatro anos. Somente em 2021 e 2022, a intenção é fazer a biometria de 4,93 milhões e 2,26 milhões de eleitores respectivamente.
Minas, segundo maior colégio eleitoral, também é o segundo estado mais atrasado no processo: apenas 30,17% dos 15,7 milhões de eleitores têm biometria. Assim como no Rio, a previsão é que mais da metade do eleitorado passe pelo recadastramento apenas em 2021 e 2022.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país com 33,04 milhões de eleitores, 45,14% já têm biometria. A meta de recadastramento está concentrada principalmente nos anos de 2019 e 2021. Além de Rio, Minas e São Paulo, apenas outros dois estados ainda não têm pelo menos metade do eleitorado com biometria: Espírito Santo e Mato Grosso.
Dos grande colégios eleitorais brasileiros, os mais avançados são Paraná (89,88% com biometria), Ceará (77,81%), Pernambuco (71,6%) e Bahia (65,76%). Entre as dez unidades da federação que já terminaram o recadastramento biométrico, Alagoas e Sergipe concluíram o processo em 2012; Amapá e Distrito Federal em 2014; Goiás, Paraíba, Roraima e Tocantins em 2017; e Piauí e Rio Grande do Norte em 2018.
Dados do TSE de março de 2018 mostram que 18 capitais, concentradas principalmente no Norte e Nordeste, já tinham terminado a biometria. As maiores são Brasília, Curitiba, Manaus e Recife. Mas outras cidades com mais de 1 milhão de eleitores - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre - não tinham terminado o recadastramento ainda.