Pelo menos 736 candidatos a deputado federal ou senador já passaram pelo Congresso ou tentam a reeleição. Segundo levantamento feito pelo jornal O Globo, esse grupo concentra a maior parte dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que ficou conhecido como “fundão”, destinado a pleiteantes a uma vaga no Congresso.
Dos R$ 843 milhões, 67%, equivalente a R$ 563 milhões, são destinados aos políticos profissionais.
MDB, DEM e PSDB são os partidos que distribuíram os recursos de forma mais desigual, informa a reportagem de O Globo. Mais de 80% da verba das siglas foi direcionada a quem já teve mandato no Congresso.
O MDB do presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), distribuiu 88,2% dos recursos para quem já passou pelo Congresso. O próprio Eunício é o emedebista que recebeu a maior quantia até agora, com R$ 3,3 milhões.
Ele é o segundo candidato ao Congresso que mais recebeu recursos do partido, perdendo apenas para a também senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que recebeu R$ 3,5 milhões de seu partido - equivalente ao teto para campanhas ao Senado.
O ex-governador César Maia (DEM-RJ)), pai do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o terceiro candidato que mais recebeu verbas. Ele, que já foi deputado federal, concorre a uma vaga no Senado. No DEM, 84,4% da verba foi destinada a ex-parlamentares federais.
O PSDB direcionou 80,8% dos recursos a quem já tem ou já teve mandato no Congresso. Até agora, quem mais recebeu recursos foi a deputada Mara Gabrilli (SP), que concorre ao Senado.
A apenas três semanas das eleições, 2,8 mil dos 8,8 mil candidatos ao Congresso receberam verbas de seus partidos. Dentre esses, 736 já foram deputados ou senadores e 367 concorrem à reeleição. A verba que financia esses políticos é majoritariamente (91%) originária do “fundão”.