Após passar por uma cirurgia de emergência, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) retornou, no início da madrugada desta quinta-feira, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. O procedimento foi realizado às pressas em decorrência da aderência das paredes do intestino. A cirurgia durou cerca de 1h30 e, segundo os médicos, foi bem sucedida. O candidato passa bem, mas seu estado ainda é considerado grave.
Um novo boletim médico sobre o estado de saúde do candidato será divulgado às 10h desta quinta-feira, quando se completa uma semana do ataque a Bolsonaro, esfaqueado durante ato de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais.
Em nota divulgada na noite de quarta-feira, o hospital informou que a cirurgia foi necessária após Bolsonaro ter sido acometido por uma distensão abdominal progressiva e náuseas. Um tomografia foi realizada e identificou uma aderência obstruindo o intestino delgado. Este quadro, segundo os médicos, é considerado comum em traumas como o sofrido por Bolsonaro.
A equipe médica é comandada pelo cirurgião Antonio Luiz Macedo. Durante a operação, segundo informações médicas, foram desfeitas as bridas - cicatrizes que se forma, causam dor e obstrução intestinal - e retirada uma fístula (ferida).
— Ele (Bolsonaro) vai para a UTI novamente. Foi um novo procedimento cirúrgico, abriu novamente o abdômen dele e tem a recuperação da anestesia geral, que é sempre complicada. Mas graças a Deus ocorreu tudo bem — disse o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, que acompanha Bolsonaro no hospital.
Na quarta-feira, Bolsonaro apresentou melhora e passou a ser cuidado em uma unidade de tratamento semi-intensivo. No mesmo dia, o candidato, que até então recebia nutrição endovenosa, passou a receber alimentação via oral. Em princípio, ele teve boa tolerância, mas, na quinta-feira a dieta foi suspensa porque o candidato apresentou uma 'distensão abdominal." Ao longo do dia, Bolsonaro teve náusea, dores intensas e bastante inchaço no abdômen.
Além de Bebianno, Bolsonaro está acompanhado da mulher, Michelle, e do filho Carlos, vereador no Rio. No momento em que os médicos decidiram fazer uma cirurgia, Michelle já havia deixado o local. Ao receber a notícia, ela retornou ao Einstein.
Havia uma expectativa que com a evolução do quadro clínico, Bolsonaro começasse até o fim desta semana a gravar vídeos para a campanha de dentro do hospital para manter seus eleitores mobilizados. Com a nova cirurgia, ainda não há uma nova previsão.
No boletim divulgado pela manhã desta quarta-feira, o hospital informara que Bolsonaro teve a alimentação oral suspensa. Na terça-feira, os médicos haviam iniciado uma dieta leve, a que Bolsonaro teve boa tolerância. Mais tarde, no entanto, surgiu uma distensão abdominal, e os médicos decidiram continuar com a alimentação endovenosa.
Os relatórios médicos de Bolsonaro só são publicados após aprovação da família. Desde a última sexta-feira, eles são assinados pela equipe médica responsável pelo candidato (o cirurgião Antônio Luiz Macedo e o cardiologista Leandro Santini Echenique) e Miguel Cendoroglo, diretor superintendente do hospital.
O ministro do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, visitou Bolsonaro no hospital. A visita foi um pedido do presidente Michel Temer que, segundo a assessoria, gostaria de "levar uma mensagem desejando pronta recuperação ao Bolsonaro".